Trajetória Política do Presidente com maior popularidade da história do Brasil
Em 40 anos de vida pública, ex-presidente Lula foi do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC ao Palácio do Planalto. Deixou o governo com 80% de popularidade, em 2010. Oito anos depois, foi preso, acusado pela Operação Lava-Jato de corrupção e lavagem de dinheiro. Pela legislação uma condenação de um órgão colegiado, como o TRF-4, torna o candidato inelegível.
Mas ainda há recursos que podem permitir uma candidatura. O ex-presidente pode recorrer ao STJ e ao STF para tentar obter uma liminar e manter a candidatura. Nesse caso, o desfecho vai depender do juiz que analisar o caso. O prazo final para registro de candidaturas é 15 de agosto.
A Lei Eleitoral estabelece, porém, que os partidos políticos têm até 20 dias antes das eleições para substituir as suas candidaturas. Caso o TSE negue o registro da candidatura de Lula, o PT teria que substituí-lo até o dia 17 de setembro. Caso a eventual impugnação saísse depois das eleições, e Lula fosse eleito, haveria um debate jurídico se ele poderia ou não assumir a Presidência da República.
Mesmo que Lula esteja inelegível pela Lei da Ficha Limpa, isso não o impede de solicitar o registro de candidatura em agosto. A Lei Eleitoral diz que, com a solicitação feita, o candidato está autorizado a realizar atos de campanha até a decisão definitiva sobre o pedido de registro pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Caso seja preso, Lula também poderá registrar a sua candidatura e aguardar o TSE.
Trajetória Política de Lula
1972: Lula é eleito primeiro-secretário do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo (SP). Dois anos depois, conhece Marisa Letícia, com quem se casa.
1975: Por duas vezes, Lula é eleito presidente do Sindicato dos Metalúrgicos em 1975 e 1978. O petista lidera as famosas greves do ABC, quando comandou assembleias que reuniram mais de cem mil trabalhadores.
1978: Após voltar de um encontro de sindicalistas em Salvador, Lula propõe fundar um partido.
1979: Lula é preso e passa 31 dias no Dops, em São Paulo. Saiu de lá duas vezes para visitar a mãe, que tinha câncer, no hospital, e, posteriormente, para seu velorio.
1980: Em 10 de fevereiro, no tradicional Colégio Sion, em São Paulo, foi lançado o manifesto de criação do PT. No Rio, o lançamento do partido foi numa igreja em Nova Iguaçu.
1982: Em sua primeira candidatura, já com o apelido de infância incorporado ao sobrenome, Lula concorre ao governo de São Paulo e chega em quarto lugar.
1984: Sobe no palanque com Ulysses Guimarães e Tancredo Neves para pedir Diretas Já. Dois ano depois se elege deputado federal com a maior votação do país
1989: Lula se candidata pela primeira vez à Presidência, na primeira eleição direta para o Planalto após a redemocratização.
1994: Lula se candidata a presidente novamente. Em 1998 volta a disputar o Planalto. Em ambos os pleitos é derrotado pelo tucano Fernando Henrique.
2002: A eleição de Lula à Presidência, depois de três derrotas seguidas, representou a vitória do “Lulinha paz e amor”. Naquela campanha, o petista fez acenos à classe média e ao mercado financeiro. Lula manteve a política econômica de FHC, mas tentou imprimir uma marca social a seu governo. Depois do fracasso do Fome Zero,lançou o Bolsa Família que hoje atende a 12 milhões de famílias, programa que reunia iniciativas esparsas e hoje atende.
2005: O escândalo do mensalão revelou uma engrenagem de corrupção montada para comprar congressistas e garantir o apoio do Congresso. A imagem do PT como partido da ética começava a rui.
2006: Após se dizer “traído” e afirmar que levou “uma facada nas costas”, Lula ajustou o discurso e disse que o PT fez apenas o que todos faziam. Em 2006, depois que a oposição apostou em “sangrá-lo”, conseguiu a reeleição.
2009: O segundo mandato foi sua era de ouro. Teve média de crescimento de mais de 4% ao ano e geração de milhares de empregos. Em 2009, Obama resumiu o espírito daqueles tempos: Lula era “o cara”
FIM DO GOVERNO: Ao final do governo, tinha mais de 80% de aprovação e conseguiu eleger Dilma Rousseff, então uma ministra quase desconhecida, que ele alçou ao posto de “mãe do PAC”.
2012: O mensalão cobrou sua fatura. Alguns dos principais auxiliares de Lula, como José Dirceu, foram condenados à prisão, o que abalou ainda mais a imagem do PT.
2014: A ruína econômica do governo Dilma, com a pior recessão em oito décadas, e os avanços da Lava-Jato ajudaram, pouco a pouco, a corroer a popularidade de Lula.
2016: Em março, o ex-presidente Lula é alvo de mandado de condução coercitiva. Governo anuncia que Lula será nomeado ministro da Casa Civil e Sergio Moro suspende sigilo sobre escutas no telefone do petista. A posse de Lula foi suspensa pelo ministro Gilmar Mendes, do STF.
2017: Lula presta depoimento à Justiça Federal, em Brasília, e nega ter atuado para obstruir a Lava-Jato
É condenado pelo juiz Sergio Moro a 9 anos e meio de prisão, no caso do triplex do Guarujá.
2018: O Tribunal Regional Federal da 4ª Região confirma a condenação do petista e aumenta sua pena para 12 anos e um mês de prisão. Depois de sofrer derrotas no STJ e STF, o ex-presidente tem a prisão decretada pelo juiz Sergio Moro.