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Na rota migratória do Mediterrâneo, estima-se que 700 crianças perderam a vida

Segundo um relatório divulgado esta terça-feira pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), em 2016, “pelo menos 4.579 pessoas morreram quando tentavam atravessar o Mar Mediterrâneo a partir da Líbia, uma em cada 40 pessoas que tentaram a travessia, e estima-se que pelo menos 700 dos que perderam a vida eram crianças”.

A Líbia vive, desde a queda do Presidente Muammar Kadhafi, em 2011, um verdadeiro caos político, económico e social. No ano passado, mais de 181.000 migrantes – incluindo mais de 25.800 crianças desacompanhadas — colocaram as suas vidas nas mãos de traficantes para chegar à Itália por esta rota, indicou o relatório. Três quartos das crianças refugiadas e migrantes entrevistadas no âmbito de um inquérito – realizado nos fins de 2016 – relataram ter sido vítimas de violência, assédio ou agressão às mãos de adultos em algum ponto da viagem.

Cerca de metade das mulheres e crianças entrevistadas reportaram abusos sexuais durante o percurso, na maior parte dos casos várias vezes e em vários locais. Na altura em que foi feito o inquérito, foram registados 256.000 migrantes na Líbia, entre os quais 30.803 mulheres e 23.102 crianças, um terço das quais não acompanhadas. A maioria das crianças e das mulheres referiram que tinham pagado a contrabandistas no início da viagem, o que deixou muitas delas extremamente vulneráveis a abusos, rapto e tráfico devido ao sistema de “pay as you go” (pagamento por etapas).

Segundo o estudo da UNICEF, algumas das mulheres e crianças falaram também sobre as condições péssimas e a sobrelotação, incluindo a falta de alimentos e abrigo adequados nos centros de detenção líbios geridos pelo Governo e por milícias armadas. Segundo a UNICEF, já em janeiro de 2017, no auge do inverno, 4.463 pessoas fizeram a travessia até Itália. Só na última semana de janeiro, 1.852 pessoas fizeram o trajeto, um número oito vezes superior à mesma semana do ano anterior. Estima-se que 228 mortes tenham ocorrido já este ano nesta rota e a UNICEF estima que 40 crianças tenham morrido apenas em janeiro.

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