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Mercado reage e Dólar volta a subir e interrompe série de 5 quedas seguidas

Depois de chegar próximo ao patamar de R$ 3,10 com os investidores animados com o sinal de comprometimento do governo com a meta fiscal deste ano, o dólar atraiu compradores e fechou a sexta-feira em alta, interrompendo sequência de cinco quedas diárias consecutivas. O dólar avançou 0,45%, a R$ 3,1408 na venda, mas acumulou perda semanal, pela terceira vez seguida, de 1,38%.

Na mínima da sessão, a moeda norte-americana atingiu R$ 3,1108 e, na máxima, foi a R$ 3,1432. O dólar futuro tinha elevação de cerca de 0,60% no final da tarde.

“O dólar caiu muito neste mês e era natural que em algum momento passasse por correção”, afirmou o operador da Spinelli Corretora, José Carlos Amado. Em julho, até agora, o dólar já perdeu 5,19% com o mercado acreditando que, mesmo que o presidente Michel Temer eventualmente perca seu mandato, a agenda de reforma continuará com a permanência da atual equipe econômica. Temer foi denunciado por crime de corrupção passiva após delações de executivos do grupo J&F, e tem usado diversos instrumentos –como liberar recursos a emendas parlamentares– para tentar manter apoio político e evitar que a denúncia siga em frente.

Nesta sessão, o mercado buscou testar o nível de R$ 3,10, animados com o fato de o governo ter reforçado as ações para tentar garantir a meta fiscal deste ano. Na véspera, elevou as alíquotas de PIS/Cofins dos combustíveis e anunciou contingenciamento adicional no Orçamento para este ano. O mercado entende que o controle das contas públicas é essencial para colocar a economia brasileira na rota de crescimento mais sustentável e o sinal emitido pelo governo, de maior austeridade, trouxe conforto. A perspectiva de ingresso de recursos externos via abertura de capital de algumas empresas também favoreceu o recuo do dólar em parte da sessão.

Durante o pregão, no entanto, investidores saíram às compras para aproveitar o baixo nível do dólar, invertendo o ritmo de queda frente ao real. O patamar de R$ 3,10 era o piso informal do mercado no período que antecedeu o recrudescimento da crise política, em meados de maio. O Banco Central brasileiro vendeu integralmente a oferta de até 8,3 mil swaps cambiais tradicionais –equivalentes à venda futura de dólares– para rolagem dos contratos que vencem em agosto. Com isso, já rolou US$ 4,150 bilhões do total de US$ 6,181 bilhões que vence no mês que vem.

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