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Joesley disse na Federal que não teve lucros em operações financeiras

O empresário Joesley Batista negou para a Polícia Federal, nesta quarta-feira, as acusações de que teria utilizado informações privilegiadas para lucrar com operações financeiras após a revelação de suas denúncias contra o presidente Michel Temer. Em um depoimento que durou aproximadamente duas horas na sede da PF em São Paulo, Joesley explicou aos agentes que as operações feitas eram padronizadas e não houve uso de qualquer informação para privilegiado a empresa.

Joesley e seu irmão Wesley são investigados pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) após duas movimentações financeiras feitas antes da revelação, pelo O GLOBO, de seu acordo de colaboração premiada com a Procuradoria-Geral da República. Uma delas foi a compra, pela JBS, de ações que pertenciam a uma empresa controlada pela família Batista. Após a revelação de denúncias de corrupção contra o presidente Temer, as ações das empresas perderam valor.

Outra foi a compra de dólares um dia antes da delação. A turbulência causada pela delação no mercado levou a um aumento de 8% na moeda americana. Joesley chegou à sede da Polícia Federal por volta das 9 horas acompanhado do seu advogado, Pierpaolo Cruz Bottini, sem falar com a imprensa. O empresário chegou à PF de cabelo cortado e mancando levemente. Em junho, Joesley foi internado no hospital Albert Einstein com dores na coluna.

Às 14 horas, será a vez de seu irmão, Wesley, ser ouvido pelos agentes da Polícia Federal. Os dois são investigados por movimentação teria evitado uma perda de R$ 138 milhões. A JBS comprou ações de outra empresa, controlada pela família Batista. As ações da empresa sofreram uma queda de 40% devido ao escândalo. A holding também é investigada pela compra de dólares. O valor da moeda americana disparou no dia seguinte à delação de Joesley, que implicou diretamente o presidente Michel Temer, posteriormente denunciado por corrupção passiva.

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