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IBGE diz que Evangélicos serão maioria no Brasil antes de 2040

O Brasil terá maioria evangélica em até uma década, afirma o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O levantamento do órgão oficial do governo, no entanto, se limita a projetar uma tendência, sem explicar os motivos da grande transição religiosa que vem acontecendo no Brasil.

Uma extensa reportagem do jornal Valor a respeito do assunto contextualizou a situação comparando com o cenário de países vizinhos na América do Sul. O Chile, por exemplo, vem observando um abandono da religião católica em grau acentuado, mas ao contrário do Brasil, os ex-católicos de lá, na maioria, se tornam ateus, agnósticos ou sem religião.

Esse cenário foi um dos principais motivos que levou o papa Francisco a visitar o país no começo deste ano, em um gesto que expressa a tentativa de conter a sangria e mostrar serviço contra os escândalos de abusos sexuais e pedofilia envolvendo sacerdotes da igreja romana.

O Chile passa por uma secularização acelerada, segundo pesquisadores da área, ficando atrás em termos de ritmo apenas do Uruguai, que tem 41% da população ateia, agnóstica ou sem religião. No Brasil, o percentual dessa categoria não religiosa também cresceu para 14%, no ano passado. “No Brasil ainda estamos criando paróquias”, comenta o padre Valeriano dos Santos Costa, diretor da Faculdade de Teologia da PUC-SP.

“Possivelmente em cerca de 10 e 15 anos o Brasil não terá mais maioria católica”, diz o demógrafo José Eustáquio Diniz Alves, da Escola Nacional de Ciências Estatísticas do IBGE.

O padre Valeriano concorda e vai além, dizendo que a quantidade de católicos, na prática, é muito inferior ao demonstrado nas pesquisas: “Menos de 10% dos batizados na Igreja Católica Apostólica Romana frequentam as missas dominicais, o que significa um mínimo de pertença”, analisou.

Para o padre Valeriano enxerga no modelo evangélico uma saída para conter a sangria: “Aqui nós sempre ficamos muito quietinhos. As paróquias não podem ficar só com o costume de manutenção. Temos que ir a campo, procurar as pessoas. Temos que adotar esse espírito empresarial, que é o que cria novas possibilidades”.

“As igrejas evangélicas criaram um caminho de inclusão e ascensão social”, afirma pesquisadora Maria das Dores Campos Machado, da UFRJ.

GospelMund.Com