Grupo Evangélico querem fim da ‘ideologia de gênero’ em escolas
Às vésperas do segundo turno, a Frente Parlamentar Evangélica (FPE) divulgou o manifesto “O Brasil para os Brasileiros”, onde fazia uma série de sugestões para o novo governo. Na ocasião, apenas o candidato Jair Bolsonaro (PSL) aceitou recebê-lo, mas não fez menção de que implementaria as propostas na íntegra.
A bem da verdade isso não seria necessário, uma vez que, enquanto parlamentar, Bolsonaro votava seguidamente com a bancada evangélica em diferentes pautas e já possui uma agenda conservadora em seu plano de governo. O documento de 60 páginas, assinado pelos integrantes da FPE propõe, entre outras coisas, uma “revolução na educação”. O manifesto condena abertamente o “uso político-partidário das escolas e universidades públicas”.
Para os seus signatários, as instituições de ensino público “se tornaram instrumentos ideológicos” que preparam os jovens para uma revolução comunista nos moldes que ocorreu na Rússia.
Ainda sem ter divulgado como será o novo Ministério da Educação, o presidente eleito já deu a entender que pretende combater a “doutrinação” nas escolas. Ele é um conhecido apoiador do projeto “Escola Sem Partido”, que está prestes a ser votado no Congresso.
Ideologia de gênero
No documento apresentado ao agora presidente, a bancada também faz críticas pesadas à chamada “ideologia de gênero”, que, conforme lembram, “desvia a escola das suas atribuições normais e investe na subversão de todos os valores e princípios da civilização”.
Um trecho diz: “Será necessária uma campanha ininterrupta de combate à sexualização e erotização das crianças e adolescentes em todo o Brasil, utilizando-se todos os meios possíveis, e punindo severamente todos que atentarem contra a inocência infantil”.
O forte conteúdo ideológico das provas do ENEM este ano acenderam o debate sobre a “ideologia de gênero” como algo normal nas escolas. Ainda durante a campanha eleitoral, Bolsonaro garantiu: “Se eu for presidente isso vai deixar de existir”. O conteúdo dos livros didáticos sendo distribuídos nos próximos anos mostra que as “agendas” impostas pela esquerda nos últimos anos ainda estão longe de sair de cena no país.