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Em São Paulo levantamento aponta que 1 em cada 4 praias são impróprias pra uso

De acordo com os especialistas, apesar da grande pressão do fluxo de turistas na alta temporada – quando algumas das cidades do litoral ultrapassam o dobro da população – os visitantes estão longe de ser o principal fator de degradação da qualidade das praias. Para eles, a origem do problema está na crescente ocupação irregular da faixa litorânea.

Segundo a promotora Flávia Maria Gonçalves, do Grupo de Atuação Especial de Defesa do Meio ambiente (Gaema) da Baixada Santista, a sujeira persistente nas praias é um problema ambiental que tem origem na exclusão habitacional.

“O principal fator que afeta a balneabilidade das praias é a ligação clandestina de esgotos na área urbana. O esgoto não tratado acaba indo para as redes pluviais, para os corpos d’água e, de uma maneira ou de outra, termina poluindo a praia”, disse Flávia ao Estado.

Segundo ela, que comanda uma equipe de fiscalização das ligações clandestinas no litoral, as dificuldades com a gestão do lixo e deficiências na coleta e tratamento de esgoto ainda causam problemas – espacialmente na alta temporada, com a sobrecarga populacional e as chuvas -, mas o sistema de saneamento nas cidades litorâneas é projetado para suportar a grande pressão do turismo.

“Não recebemos muitas reclamações sobre a capacidade de suporte da rede de esgoto. As estações de tratamento são feitas para operar com folga. Mas nas áreas de invasão, o esgoto vai acabar na maré”, afirmou.

“Santos é um bom exemplo de que não adianta equacionar apenas o problema do lixo e do esgoto apenas nas zonas formalmente constituídas”, disse o engenheiro Alceu Galvão, que coordenou outra pesquisa do Trata Brasil, sobre saneamento em áreas irregulares. Segundo o levantamento da ONG, Santos tem 51,7 mil pessoas em áreas irregulares, cerca de 12% da população. Mas o Guarujá, cidade vizinha, tem mais 153,7 mil pessoas em moradias precárias, o que corresponde a 49,4% da população.

“Uma das comunidades que visitamos e estudamos foi Santa Cruz dos Navegantes, no Guarujá. As 285 residências da comunidade estão localizadas em área de mangue e não há coleta e tratamento de esgotos. O destino mais comum dos esgotos é o lançamento direto no rio ou no próprio mangue”, contou. A comunidade fica situada na saída do estuário de Santos, por onde o esgoto alcança as praias.

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