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Corrupção, assédio moral e falsificação: Os Escândalos empresariais de 2017

Assédio moral e sexual e falsificação de dados foram algumas das acusações contra grandes empresas este ano. Investigações revelaram problemas na cultura interna, desvios de impostos, corrupção e falsificação de relatórios. O escândalo da JBS abalou a economia e política brasileiras. Ex-funcionários da Uber denunciaram condutas machistas e pressões para alcançar resultados impossíveis. Já duas empresas japonesas, Nissan e Kobe Steel, foram investigadas por falsificarem documentos e testes de qualidade.

Volkswagen
Este ano, a Volkswagen pagou aos seus consumidores brasileiros as consequências de seu maior escândalo internacional. A montadora foi condenada por falsificar os testes de emissão de poluentes de seus motores a diesel. Internacionalmente, o caso ficou conhecido como Dieselgate e foi descoberto em 2015.

No Brasil, ela foi condenada a pagar 1 bilhão de reais, no total, aos 17.057 compradores da picape Amarok 2.0 TDI, modelo feito na Argentina e vendido no Brasil entre 2009 e 2013. A decisão foi tomada em setembro deste ano. Cada um dos compradores receberá 54.000 reais por danos materiais e outros 10.000 reais por danos morais. A montadora ainda reconheceu que alguns de seus funcionários apoiaram a Ditadura Militar no Brasil. Ex-funcionários da empresa afirmaram que foram torturados para denunciar colegas sindicalistas.

Uber
O Uber teve um ano bastante difícil. Por meses, surgiram relatos e reportagens que denunciaram clima interno de competição entre colegas, guerras para subir na carreira e pressões para trabalhar de madrugada ou nos finais de semana.

A empresa também foi processada por motoristas que se sentiram lesados e pela falta de carros adaptados para pessoas com deficiência. As denúncias de assédio sexual que ocorriam dentro da empresa levaram a uma investigação interna. Investidores pediram a renúncia de Travis Kalanick, cofundador do Uber, que se afastou e, mais tarde, renunciou ao cargo de presidente.

Dolly
A Ragi Refrigerantes, fabricante da marca Dolly, foi investigada em maio por sonegação de impostos e fraude no ICMS. A fábrica chegou a ser paralisada por alguns dias. Em outubro, o ex-contador da empresa foi acusado de fraude por desviar mais de 100 milhões de reais da companhia brasileira, para a qual trabalhou por mais de 15 anos. De acordo com documento do Tribunal de Justiça de São Paulo, Rogério Raucci, sócio da RD Assessoria Contábil, teria falsificado documentos com informações à Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo e guias de arrecadação estadual.

Nissan
Outra montadora, a japonesa Nissan, também foi envolvida em um escândalo este ano. De acordo com investigações internas, as inspeções de segurança dos veículos produzidos nas suas unidades japonesas foram realizadas por pessoal sem a qualificação necessária durante pelo menos 30 anos. Mais de um milhão de veículos sofreu recall. Como forma de assumir a responsabilidade pelo caso, alguns diretores da Nissan anunciaram que devolverão parte do seu salário.

United Airlines
O primeiro semestre foi turbulento para a companhia aérea. A cada semana, um novo caso ocupava as manchetes. O mais emblemático foi a expulsão à força de um passageiro de um voo lotado. Um escorpião foi encontrado em outra viagem e um coelho morreu no porão do avião. A companhia também expulsou um casal que viajava para realizar seu casamento, por conta de overbooking, e colocou um cachorro e seu dono em voos separados. A empresa se desculpou pelos casos.

Kobe Steel
Não são só as montadoras que falsificaram dados este ano. Mais de 500 empresas podem ter sido afetadas pelo escândalo da Kobe Steel, empresa japonesa centenária. Os funcionários da companhia falsificaram relatórios para fazer com que seus produtos parecessem atender os requisitos impostos pelos compradores. As medidas e a durabilidade das matérias primas eram enganosas e a empresa perdeu seus certificados de qualidade. Desde então, já pediu desculpas pelo ocorrido.

JBS e J&F
A noite de 17 de maio foi marcada como uma das piores para o governo Temer. O empresário Joesley Batista, um dos controladores da holding J&F, teria gravado o presidente dando aval à compra do silêncio do ex-deputado federal Eduardo Cunha, preso na Operação Lava Jato.

A denúncia gerou um terremoto, para Michel Temer, para a JBS e sua holding controladora, J&F e até para a economia brasileira. A J&F deverá pagar 10,3 bilhões de reais de multa para fechar um acordo de leniência. Para levantar o dinheiro, a empresa vendeu diversos ativos. A empresa também foi envolvida na Operação Carne Fraca, investigação da Polícia Federal em diversos frigoríficos. Ela é investigada em uma CPMI.

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