Como saber se sou um eleito de Deus?
A resposta básica a essa pergunta é bem simples: se você crê em Cristo tendo-o como salvador suficiente e único, você é um eleito, pois esse modo de crer se constitui precisamente na “fé dos eleitos” (Tito 1.1). Se, por outro lado, você rejeita essa fé e, ao longo da vida, perseverar nessa postura até a morte, você não é um eleito, pois ninguém que tenha sido escolhido por Deus morre na incredulidade.
De fato, todos os eleitos são também chamados por Deus, depois justificados e, finalmente, glorificados (Rm 8.30). Assim, nenhum deles morre fora da fé!
Como se vê, a prova da eleição é a fé em Cristo. Jesus disse aos judeus que tinha outras ovelhas fora do aprisco de Israel (Jo 10.16; veja-se também João 11.51-52). Essas ovelhas eram pessoas de todas as nações, homens e mulheres escolhidos pelo Senhor que ainda não tinham sequer ouvido sua mensagem. Mesmo assim, uma vez que eram eleitas, Jesus as chamou de “minhas ovelhas”.
Como, porém, os pregadores enviados pelo Mestre conseguiriam distinguir essas ovelhas das outras pessoas espalhadas pelo mundo? A resposta do Senhor foi simples: “Elas ouvirão a minha voz!” Com efeito, sendo a fé salvadora um dom de Deus (Jo 6.44,65; Ef 2.8; Hb 12.2), somente seus escolhidos experimentariam a alegria de nutri-la no coração, sendo esta a principal marca da eleição divina.
Há, porém, outros fatores que podem ser observados como provas da eleição de uma pessoa. Um texto importante que auxilia na compreensão disso é1Tessalonicenses 1.3-4. Nesse texto, Paulo afirma que reconhecia a eleição dos crentes de Tessalônica ao observar a operosidade da sua fé, a abnegação do seu amor e a firmeza da sua esperança.
A operosidade da fé mostrava que o evangelho não havia chegado àquelas pessoas somente em palavras, mas com poder ministrado pelo Espírito Santo (v.5), de modo que a fé que tinham era produtiva, ou seja, não se tratava de uma fé morta ou estéril, mas uma fé que realizava algo e produzia frutos. No texto, é possível perceber que essa fé fora operante no sentido de fazer com que os tessalonicenses se tornassem imitadores de Paulo e de Cristo, tornando-se modelos para os crentes de toda a Grécia (vv.6-7).
A abnegação do amor apontava para a disposição amorosa de trabalhar para o Senhor mesmo sob um custo alto, enfrentando oposição, perseguição e lutas sem esmorecer (v.6). Os crentes de Tessalônica serviam ao Senhor com amor e isso lhes custava caro numa sociedade pagã — mas eles permaneciam firmes e Paulo viu nisso mais uma prova de que eram eleitos.
Finalmente, a firmeza da esperança diz respeito a uma esperança paciente na vinda do Filho de Deus (v.10). O homem salvo não fixa seu coração nas coisas do presente século na expectativa de que a felicidade venha delas. Em vez disso, desfruta da realidade que o circunda sabendo que é apenas uma dádiva temporária e que a real satisfação se encontra no divino Doador que um dia virá. Com essa percepção, ele aguarda com doce expectativa o dia em que o Reino de Deus se estabelecerá neste mundo e no porvir, não se deixando dominar pelas propostas ilusórias do pecado.
Eis aí, portanto, algumas evidências da eleição. Como se vê, não é difícil detectá-las na vida de alguém. Paulo as encontrou nos crentes recém-convertidos de Tessalônica. Ele as encontraria em você?
Prs. Edvaldo Sousa e Weider Santiago