Você divide sua cama com animal de estimação? Descubra o erro!
Ótimas companhias durante o dia, os animais de estimação agora têm chances de se juntar ao grupo de perturbadores do sono. Com ciclo de sono diferente dos humanos, os cães podem atrapalhar o seu descanso durante a noite. É o que indica um estudo feito na Universidade de Queensland, na Austrália.
Durante uma semana, os pesquisadores coletaram dados sobre o período de sono e vigília de cinco cachorros e suas donas dormindo no mesmo ambiente. Os resultados, publicados no periódico Antrozoös, mostraram que as participantes acordavam muito mais nos períodos da noite em que seus cachorros estavam acordados, indicando que os animais tendiam a interromper seu sono.
Os cães passam, em média, 20% da noite acordados, de acordo com dados publicados pelo site de divulgação científica IFLScience. Com isso, a inquietação noturna e necessidades, como sair do quarto para urinar, eram os fatores que acordaram as pessoas.
Pessoas ignoram os incômodos e aproveitam a companhia
Para Bradley Smith, psicólogo coordenador do estudo, a descoberta não deve abalar quem gosta de dormir próximo de sua companhia animal. “As pessoas obtém mais benefícios por meio do co-sleeping [nome em inglês dado à ação de colocar bebês ou animais domésticos para dormir no mesmo ambiente que seus responsáveis] do que efeitos negativos, então eles ignoram o incômodo”, disse ele ao IFLScience.
As participantes do estudo descreveram sentimentos de segurança, proteção e a sensação positiva de aproveitar a proximidade e o calor dos cães durante a noite. Para Smith, as pessoas também parecem pouco conscientes de que têm seu sono interrompido de fato, pois voltavam a dormir imediatamente após a interferência dos cachorros e relatavam, inclusive, não se lembrar das interrupções quando acordavam.
A pequena amostra utilizada no estudo não serve como base para grandes conclusões, tendo um efeito apenas exploratório para o tema. No entanto, o fato de que um quarto da população mundial divide o quarto com um animal de estimação e o potencial que pequenas adaptações na rotina têm em melhorar a qualidade de vida indicam a importância de seguir com as pesquisas na área. Smith e sua equipe pretendem agora investigar amostras maiores de pessoas que dormem com cães e também entender como o fenômeno se dá quando as companhias são os gatos.