Tio Patinhas na área: os bancos nunca faturaram tanto como em 2020
Para garantir o lucro em 2020, os bancos tiveram que tomar diversas atitudes, como o provisionamento e adequação ao ambiente digital. Além disso, eles contaram com o apoio do Governo Federal. Veja quem mais lucrou!
A pandemia do Novo Coronavírus afetou a economia, gerando dessa forma uma crise financeira. Esse cenário influenciou a vida de milhares de cidadãos, elevando principalmente o nível de pobreza e fome no país.
Mas o setor dos bancos não foi atingido de forma tão negativa pela crise econômica, muito pelo contrário, apresentou lucros acima do esperado.
Os bancos Santander Brasil, Itaú Unibanco e Bradesco, juntos, ganharam mais de 52,15 bilhões de reais. Segundo matéria divulgada pelo jornal Correio Braziliense esse lucro foi 21,4% menor que 2019, quando os faturamentos chegaram a 63,36 bilhões de reais.
Entre as ações tomadas por esses bancos estão a redução de despesas, com funcionários sendo desligados e agências fechadas, além da oferta de novos produtos e serviços.
Um exemplo dessa remodelação de serviços ofertados é a previdência Bradesco, que funciona de maneira similar com a previdência pública.
Os três gigantes
Os bancos privados Santander, Itaú e Bradesco são considerados os maiores bancos do setor, porque eles faturaram, nos últimos anos, valores altos.
Em 2020, o banco Itaú atingiu R$ 869,5 bilhões na carteira de crédito total. Além disso, o banco teve um lucro maior do que R$ 18 bilhões.
Segundo o jornal Correio Braziliense esse faturamento se deve por conta da “retomada dos negócios e a linhas como crédito consignado, crédito imobiliário, financiamento de veículos, e cartão de crédito, além de receitas com serviços”.
No último ano, o Bradesco também teve um lucro além do esperado, atingindo R$ 19,4 bilhões, o saldo na carteira de crédito fechou num total de R$ 686,96 bilhões.
Para o ano de 2021, a empresa espera um aumento de 9% e de 13% no número de empréstimos. Já o Santander fechou o ano de 2020 com um lucro de R$ 13, 8 bilhões, e o saldo na carteira de crédito maior de R$ 512 bilhões.
Medidas tomadas
Como dito antes, os bancos criaram uma série de medidas visando manter o lucro no final do ano de 2020.
Entre as medidas tomadas estão adotar o Home Office para milhares de colaboradores. Essa ação, de direcionar funcionários ao teletrabalho, ajudou na redução de custos de operação, além de possibilitar o fechamento de agências e escritórios.
Segundo o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos, o Dieese, ao direcionar os funcionários ao Home Office, quase 13 mil postos de trabalhos foram extinguidos.
Em 2020, o Bradesco demitiu 7.754 funcionários, tendo uma retração de 8% nas vagas, e terminando o ano com 89.575 colaboradores. O banco Santander teve retração de 6,7%, ou seja, extinguiu 3.220 vagas de trabalhos, e ficando com 44.599 funcionários ativos.
Na contramão, o banco Itaú aumentou em 2,7% o número de postos de trabalho, contratando 2.228 funcionários.
No final de 2020, o banco tinha um total de 83.919 funcionários. De acordo com a Dieese, o aumento do número de funcionários do Itaú se deve a contratações de funcionários da TI (tecnologia da informação) e da empresa Zup, que foi comprada pelo banco.
Outra medida tomada em tempos de pandemia foi a criação ou aperfeiçoamento dos canais digitais dos bancos.
“Os balanços divulgados mostraram o crescimento significativo das transações financeiras pelos canais digitais – transferências, operações de crédito e investimentos –, bem como a abertura de grande número de contas de clientes 100% digitais”, aponta o Dieese.
Auxílio do Governo
Logo após a Organização Mundial de Saúde, OMS, decretar a pandemia, os bancos receberam ajuda financeira do Governo.
Ao todo foram liberados R$ 3,2 trilhões aos bancos, para que eles pudessem renegociar prazos para créditos já liberados.
Segundo Vivian Machado, economista e técnica do Dieese, em entrevista para o site Brasil de Fato, “mesmo já sendo um setor solvente e muito capitalizado, e até por isso conseguiram passar pela crise de 2008, os bancos foram os primeiros a serem socorridos no início da pandemia”, explica.
A economista ainda afirma que “embora os juros tenham caído, as receitas de operação de crédito cresceram. As taxas ainda são extremamente elevadas, e isso faz com que os bancos privados lucrem muito. Eles vêm tendo ganhos tributários significativos também. Estão pagando menos impostos e recebendo mais créditos tributários de volta”, diz Vivian.
Provisionamentos
Outra medida usada durante a pandemia pelos bancos foi o provisionamento, que é uma reserva financeira destinada a pagar dívidas futuras.
O provisionamento foi pensado pelos bancos em 2020 como uma forma de quitar as possíveis inadimplências que poderiam ser causadas pela pandemia, como a não quitação de empréstimos.
A economista Vivian explica que no primeiro trimestre de 2020, “houve queda nos balanços, mas não necessariamente por problemas na atividade financeira”, mas sim por conta dos provisionamentos. Itaú, Bradesco e Santander, juntos, reservaram R$ 78 bilhões para a cobertura de gastos com inadimplência. E depois do primeiro trimestre, quando “os bancos viram que a inadimplência não caiu, e todo o provisionamento excedente foi sendo revertido”, afirma Vivian.
Em 2020, após ser decretada a pandemia de Coronavírus, o país entrou numa crise financeira, que afetou diversos setores. Os bancos não foram tão afetados, tendo lucrado acima do esperado.
Os três gigantes do setor privado: Itáu, Santander e Bradesco, lucraram, juntos, 52,15 bilhões de reais. Esse sucesso se deve ao corte de gastos, como demissões de colaboradores e adaptação ao ambiente digital.
Meta Title: Por que os bancos tiveram um lucro tão alto em 2020?
Acho que esse title fica até melhor, depois me diz o que pensa.
Meta descrição: A pandemia causou diversos efeitos negativos na economia, mas o setor dos bancos não foi tão afetado, tendo até lucros acima do esperado. Quer saber como isso aconteceu? Confira nosso artigo.