Sob pressão, o Governo deve mudar a política de preços da Petrobrás
Após muita pressão, o governo federal deve ceder e mudar a política de preços da Petrobras. Atualmente, o valor dos combustíveis é cotado com base no mercado externo e pode ser revisto diariamente. O que o governo deve fazer é congelar os valores e reajustá-los a cada 15 ou 30 dias.
O governo já havia anunciado medida parecida para o diesel, a fim de atender às reivindicações dos caminhoneiros durante a greve. O preço do combustível usado nos caminhões está congelado por 60 dias e receberá um desconto de R$ 0,46 em cada litro. Tal decisão terá um impacto de R$ 13,5 bilhões nos cofres públicos.
Oficialmente, o governo nega a mudança na política de preços implementada pelo ex-presidente da Petrobras Pedro Parente, que pediu demissão do cargo durante a greve dos caminhoneiros. O ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, chegou a dizer que o governo não vai interferir na política de preços.
Mas nos bastidores, fontes do governo garantem que as negociações estão bastante avançadas. A mudança, no entanto, só será discutida após o abastecimento nos postos voltar ao normal e depois de sentido o efeito da redução no preço do diesel. “Não vai ser anunciado agora, mas depois que tivermos um consenso dentro do mercado”, disse o secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia, Márcio Félix.
“A prioridade é reabastecer o país e fazer com que o esforço dos R$ 0,46 de redução no litro do diesel chegue ao consumidor país afora. E, aí sim, poderemos discutir com serenidade e com velocidade qual é a melhor política para o país, respeitando as leis de mercado, respeitando a Petrobras e os outros agentes de mercado”, acrescentou.