Se a reforma da Previdência não for aprovada em 2017, não será em 2018
O ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, admitiu que, se a reforma da Previdência não for aprovada este ano, não haverá “nenhuma” possibilidade política de passar em 2018. Em audiência no TCU (Tribunal de Conta da União), Oliveira disse que há uma janela de “pauta” da reforma da Previdência este ano, depois da votação da segunda denúncia contra o presidente Michel Temer.
Ele defendeu a aprovação da reforma sem Plano B. Ou seja, sem a redução do alcance das mudanças nas regras da Previdências no texto que tramita na Câmara — Desejamos que seja aprovado o máximo possível. O ministro disse que o governo está disposto a enfrentar o debate, apesar da proximidade das eleições, e tem conversado com os líderes no Congresso.
— A Previdência está consumindo todo o Orçamento. Quanto antes fizermos, mais suave será fazer antes.
Na sua avaliação, deixar a aprovação da reforma para depois levará à explosão da “barragem”.
— Não terá mais jeito. Será a reforma dura de verdade.
Ele reconheceu que o espaço político é pequeno para a aprovação.
— Em muitos lugares a preocupação sobre eleição é elevada. Mas o governo não tem pretensão de reeleição.
Segundo ele, a agenda continuará concentrada em fazer a reforma que o País precisa.
— Não existe crescimento sem equilíbrio econômico. Um Estado quebrado não é ambiente para o crescimento econômico.
Oliveira acrescentou ainda que não tem economia em governos de direita ou esquerda que deu certo com contas quebradas.
O ministro do TCU José Múcio Monteiro destacou que poderá acontecer no Brasil o que ocorreu no Rio de Janeiro e que não vê nenhum senador ou político preocupado problema fiscal do País. “Poderemos ter 27 rocinhas. Cada uma com o seu sotaque”, disse Múcio numa referência aos problemas de segurança enfrentados numa das maiores comunidades da América Latina. Para o ministro, os políticos estão só preocupados em serem reeleitos nas próximas eleições. Repetindo avaliação do ex-ministro Delfin Netto, Múcio disse que as reformas serão “compulsórias” devido à difícil situação fiscal do País.