Roger Abdelmassih tem benefício suspenso pela Justiça, e volta para a prisão
O Tribunal de Justiça de São Paulo suspendeu o benefício de prisão domiciliar concedido ao ex-médico Roger Abdelmassih, de 73 anos. A Justiça acatou um mandado de segurança do Ministério Público Estadual em Taubaté para que ele, condenado por 48 estupros contra 37 mulheres, volte a cumprir pena no presídio de Tremembé.
O benefício de cumprir o restante da pena em casa havia sido dado no dia 21. A nova decisão é do desembargador José Raul Gavião de Almeida, da 6.ª Câmara de Direito Criminal do Tribunal de Justiça paulista. Na sentença, ele disse que “há notícia de que médicos internados no presídio relataram que Roger Abdelmassih deixou propositalmente de medicar-se, a tornar duvidosa a criação de situação ensejadora de seu afastamento do cárcere”.
O ex-médico havia obtido a progressão de regime para o domiciliar por causa de uma doença cardíaca grave. “Há nos autos perícia médica”, acrescentou Almeida, “cuja conclusão é a de que o sentenciado é portador de doença coronariana grave com recomendação de tratamento clínico (não havendo indicação da impossibilidade desse tratamento ser realizado no sistema prisional, que conta com hospital, inclusive).”
Ao liberar o ex-médico para a prisão domiciliar, a juíza Sueli Zeraik Armani, da Justiça de Taubaté, no interior de São Paulo, havia entendido que ele tinha doenças severas, passíveis de agravamento no regime carcerário. Na mesma sentença, negou o pedido da defesa de concessão do indulto humanitário – o perdão judicial foi pedido pela doença do condenado. Nos últimos dias, o ex-médico cumpria pena em seu apartamento, em um condomínio em Pinheiros, na zona oeste da capital paulista, com tornozeleira eletrônica. O apartamento do ex-médico foi alugado por sua mulher, a ex-procuradora federal Larissa Sacco, após a prisão de Abdelmassih, no Paraguai, em agosto de 2014. Antes, ele vinha cumprindo pena na Penitenciária 2, de Tremembé, no interior paulista.