Presos engenheiros que atestaram a segurança da barragem que rompeu
Cinco pessoas suspeitas de fraudarem laudos técnicos sobre a barragem da mina Córrego Feijão, que se rompeu em Brumadinho, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, foram presos na manhã desta terça-feira. Entre os presos, dois engenheiros que prestavam serviço para a Vale foram presos em São Paulo. Em Minas, foram detidos funcionários da mineradora.
As ordens de prisão, além de sete mandados de busca e apreensão, foram expedidas pela Justiça de Minas Gerais, no fim de semana. Os engenheiros Makoto Namba e André Yum Yassuda foram presos em suas casas nos bairros de Moema e Vila Mariana, na Zona Sul de São Paulo. Há desdobramentos da operação também em Minas Gerais. Porém, não foram detalhadas as ações nem os locais. Dos cinco presos, três são funcionários da Vale e dois prestadores de serviço da empresa.
Em São Paulo, as ações são coordenadas por promotores do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do MP de São Paulo, e pelo Departamento de Capturas (Decade) da Polícia Civil paulista. As ordens são de prisão temporária, com validade de 30 dias.
“Engenheiro André Yassuda, que prestava serviços para a Vale, foi preso hoje na sua casa na vila Mariana na zona Sul na grande São Paulo”
“Makoto Namba e o outro engenheiro foram levados para a sede da Polícia Civil e deverão ser encaminhados em seguida para Minas Gerais”
Em nota, a Vale disse que está contribuindo com as investigações. “Referente aos mandados cumpridos nesta manhã, a Vale informa que está colaborando plenamente com as autoridades. A Vale permanecerá contribuindo com as investigações para a apuração dos fatos, juntamente com o apoio incondicional às famílias atingidas”, diz, em nota a companhia. O número de mortos confirmados na tragédia de Brumadinho, em Minas Gerais, subiu para 65 na noite desta segunda-feira. Destes, 19 corpos foram identificados. Há ainda 279 desaparecidos.
O governo determinou a fiscalização imediata de todas as barragens “que possuem dano potencial alto associado à vida humana” em todos os Estados do País. A decisão é do Conselho Ministerial de Supervisão de Respostas a Desastres e foi divulgada na noite desta segunda-feira. A resolução será publicada na edição desta terça-feira do Diário Oficial da União. Ela é assinada pelo ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, coordenador do conselho.