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Os jovens precisam descobrir o que realmente Deus quer deles

Dom Mariano José Parra Sandoval, Arcebispo venezuelano que participa do Sínodo dos Bispos, assinalou que os jovens precisam descobrir o que Deus quer deles e exortou os jovens da Venezuela a demonstrar com o Evangelho que o país pode mudar. Em entrevista ao Grupo ACI, Dom Sandoval, Arcebispo de Coro (Venezuela), afirmou que este Sínodo – que acontece em Roma (Itália) até o dia 28 de outubro – “é um desejo da Igreja de dirigir-se e ouvir o clamor da juventude em todo o mundo”.

Nesse sentido, disse que há uma “necessidade de que o jovem descubra o que Deus quer dele” e, para isso, precisa de “um caminho de iniciação cristã”, depois, “o aprofundamento da fé e, em seguida, descobrir o que Deus quer de mim”.

O Prelado afirmou que “estamos acostumados com uma juventude dos anos 70 do século passado que era efervescente e fazia manifestações públicas”, mas a juventude de hoje “está muito quieta. Mas fala através do seu silêncio e também fala com as expressões corporais”. Assim, destacou que o instrumentum laboris foi útil, porque “através de diversos instrumentos utilizados pela Santa Sé” este reuniu “o que os jovens querem, desejam, anseiam e pedem à Igreja”.

Outro fator que, de acordo com o Prelado, enriqueceu as discussões foi a participação de vários jovens nos pequenos grupos em diferentes idiomas, pois “expressaram ou explicaram algumas coisas” que o instrumentum laboris havia apresentado. Por outro lado, o Arcebispo de Coro destacou a discussão com os Padres Sinodais e os jovens sobre o tema do discernimento da vocação.

“Também falaram daqueles jovens que não são da Igreja Católica, que não professam a nossa fé. Muitos procuram o que a Igreja pode lhes oferecer e foi dito durante o sínodo que podem lhes oferecer a luz de Cristo, a mensagem, a Boa Nova que Jesus Cristo nos trouxe”, comentou.

Dom Sandoval compartilhou que outro tema tratado com interesse durante o Sínodo foi a diversidade de vocações, especialmente a “vocação dos leigos”.

Falaram sobre “o leigo que é chamado a formar ou a considerar a sua vocação e trabalhar a sua vocação – que pode ser à vida religiosa, à vida sacerdotal, à vida matrimonial –, mas também pode ser de leigo comprometido na transformação desta sociedade através do esporte, da economia, da política, da ciência etc”.

“O leigo também é chamado a levar a mensagem de Cristo aos diversos lugares da sociedade. Os últimos Pontífices falaram dessa caridade política que o leigo deve exercer dentro da Igreja”, manifestou o Arcebispo de Coro ao Grupo ACI.

A mensagem que o Sínodo deixa aos jovens venezuelanos?

Ao ser perguntado sobre a mensagem do Sínodo aos jovens que abandonam a Venezuela em busca de uma vida melhor, o Prelado afirmou que “devemos apresentar Jesus Cristo como uma pessoa que dará esperança a essa juventude e dará um sentido à vida”.

Assegurou que a Igreja deve ensinar a juventude venezuelana “que deve lutar, não com armas, mas acolhendo o convite ao amor que Jesus nos faz no Evangelho. E devemos lutar por uma verdadeira democracia, uma liberdade, pois somos adultos e já passamos por esta fase. São eles (os jovens) os construtores dessa Venezuela que eles desejam”.

“Nestas circunstâncias tão difíceis e delicadas que estão vivendo na Venezuela, os jovens têm a oportunidade de demonstrar que (o país) pode mudar”, indicou.

Enquanto o jovem venezuelano “entende que o Senhor Jesus é a luz de sua vida, é o sinal de esperança da sua vida e assume a responsabilidade, a vocação que Deus lhe dá”, apesar das dificuldades, “poderá entender que a sua missão é lutar em um ambiente de paz e de diálogo”.

Advertiu que, se “perdermos a fé, perdemos a esperança e nos afundamos no caos que está sendo criado com essa situação”. Por isso, convidou a depositar a confiança em Deus e recordar as palavras de Jesus no Evangelho: “Eu estarei com vocês até o fim do mundo”.

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