Os brasileiros apoiam aborto com estupro, e risco para a mãe e anencefalia
Para 69,6% dos brasileiros, o aborto não deve ser proibido em casos de estupro, risco para a mãe e anencefalia, hoje permitidos pela legislação brasileira. Este é o resultado de uma pesquisa feita pelo Instituto Paraná Pesquisas com 2.056 brasileiros em 158 municípios das 27 unidades da federação entre os dias 28 de novembro e 1º de dezembro de 2017. 24,9% dos entrevistados disseram que são a favor da proibição do aborto também para esses casos e 5,5% não sabem ou não responderam.
O apoio à manutenção da legislação atual, que permite o aborto nestes três casos, é maior entre os homens (72,9% ante 66,5% das mulheres), entre a população de 25 a 34 anos (71,7%) e entre os moradores da região sul (72,4%). Já para os que defendem que o aborto seja proibido para todos os casos, o apoio é maior entre os mais jovens, de 16 a 24 anos (26,6%) entre os moradores do Norte e Centro-Oeste (28,4%).
Está em discussão na Câmara dos Deputados uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC 181/15) que pode proibir os casos de aborto hoje permitidos por incluir no texto constitucional que o direito à vida “é inviolável desde a concepção”.
O projeto, na verdade, não discute o aborto. A proposta, apresentada originalmente no Senado por Aécio Neves (PSDB-MG), é estender a licença-maternidade para mães de bebês prematuros. Mas, ao chegar na Câmara, o texto foi modificado por deputados que incluiram a redação da inviolabilidade.
A mudança causou protestos pelo País e na Câmara. A última reunião foi suspensa após protestos sem a votação dos destaques ao texto. Uma nova votação está prevista para amanhã (5).
A pesquisa do Paraná Pesquisas foi realizada por meio de questionário online. O grau de confiança é de 95% e a margem de erro varia de 2 pontos percentuais para o resultados gerais até 5,5 pontos percentuais para os resultados por região.