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O que é o Vale Cultura e vale a pena ?

Temos vivido dias difíceis no mercado de trabalho. Como sabemos, o desemprego tem atingido níveis significativos, em parte por conta da instabilidade econômica, em parte pela pandemia do novo coronavírus. Ao mesmo tempo, a inflação sobe – assim como a preocupação com as contas do mês.

 

Os trabalhadores do Brasil têm tido que lidar com preços altos, uma série de dificuldades cotidianas e, muitas vezes, com o chamado estresse financeiro (que, de forma significativa, é a reação forte e frequente de estresse gerada por dificuldades nesse setor, e que pode causar problemas de saúde e de relacionamento).

 

Para manter os colaboradores bem, física e psicologicamente, as empresas devem se manter atentas a eles: para tal, podem promover reuniões periódicas de acompanhamento, incentivar as conversas quando algo não está bem e, sempre que possível, demonstrar que existe um espaço para conversa respeitosa e sincera.

 

O clima organizacional, assim como a aproximação entre companhia e colaborador, também faz diferença em tempos de crise. O bem-estar do trabalhador aumenta quando ele percebe que pode contar com o lugar ao qual está vinculado, e que essa relação não é apenas utilitária.

 

Outra forma de turbinar a motivação do trabalhador é através do que chamamos de benefícios flexíveis. Você pode saber um pouco mais sobre o assunto clicando no link anterior, mas, em resumo, benefícios flexíveis são aqueles que se adequam às necessidades, particularidades e preferências dos colaboradores.

 

Entre os benefícios que mais têm sido desejados estão: plano de previdência privada corporativo, plano de saúde, auxílio psicológico, vale-academia e, claro, o vale-cultura – que é o principal tema deste artigo. Falaremos mais sobre o assunto a seguir.

Vale-cultura: o que é?

Trata-se de um benefício corporativo que consiste no depósito de R$50,00 ao colaborador. Ele foi instituído pelo governo federal em 2012, a partir da Lei 12.761, de 27 de dezembro.

 

A ideia é que, através desse incentivo, o colaborador possa ter a possibilidade de desfrutar de enriquecimento cultural e lazer.

 

Trata-se de um benefício que pode ser dado a pessoas que estejam vinculados a uma companhia por meio da Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT); portanto, não é acessível para profissionais que atuam como pessoas jurídicas (PJs).

 

O vale-cultura pode ser utilizado para pagar pelas seguintes experiências:

  • entrada em museus, exibições, sessões de cinema e apresentações teatrais;
  • shows e espetáculos circenses ou musicais;
  • exposições;
  • compra de produtos relacionados a cultura, como jornais, revistas, CDs, blu-rays, DVDs, livros, e-books, etc;
  • mensalidade de cursos associados à área das artes.

 

Trata-se de um benefício cumulativo, felizmente, e que pode ser utilizado em estabelecimentos que aceitam o vale-cultura.

Para a empresa, vale a pena?

O primeiro benefício do vale-cultura está ligado ao fortalecimento da imagem da empresa diante de seus funcionários. Como já comentamos, companhias que se mostram próximas e dispostas a investir no bem-estar e na educação do colaborador tendem a ser bem quistas pelo mercado.

 

Isso não é tudo, na verdade. O oferecimento de benefícios diferenciados está ligado à diminuição do turnover, que é a rotatividade de funcionários, e tem impacto não apenas no rendimento dos colaboradores, mas no próprio caixa da companhia.

 

Esse é um detalhe que frequentemente passa despercebido: quanto maior a rotatividade de funcionários, especialmente em regime CLT, maior o dinheiro gasto pela companhia (e mais difícil, por consequência desse “entra e sai de pessoas”, criar equipes coesas e que sejam bem lideradas).

 

Para participar do programa do vale-cultura e lazer, a empresa interessada deve fazer um cadastro no site oficial do Ministério da Cultura.

 

Ao finalizar o seu credenciamento e fornecer dados, como CNPJ, CPF do responsável pela companhia, endereço comercial e contatos dos trabalhadores – que devem ser categorizados por faixa salarial -, é preciso fazer a escolha da operadora que será responsável pelo vale.

 

A lista de operadoras está disponível no site oficial do Ministério da Cultura. Para quem tem curiosidade em ler mais sobre o assunto, basta clicar aqui.

 

Como se pode ver, trata-se de uma vantagem bastante inteligente e de pouco custo para as companhias, em especial quando avaliamos o seu impacto no bem-estar dos colaboradores.

 

Convém dizer, porém, que o vale-cultura é apenas uma das possibilidades de benefícios flexíveis e que não deve ser oferecido sozinho. Para criar um plano de vantagens que esteja de acordo com as expectativas dos colaboradores, é fundamental o diálogo.