O Procurador Rodrigo Janot pede que ‘quadrilhão’ do PMDB seja investigado
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) que o presidente Michel Temer e os ministros Eliseu Padilha, da Casa Civil, e Moreira Franco, da Secretaria-Geral da Presidência, sejam incluídos no rol de investigados de um inquérito já instaurado contra membros do PMDB na Câmara dos Deputados no âmbito da Operação Lava Jato. Janot, que acolheu a recomendação da Polícia Federal, afirma que a organização criminosa investigada a partir da delação da JBS é apenas um “desdobramento” da que já era investigada no inquérito 4.327, que engloba 15 parlamentares, ex-parlamentares e assessores do PMDB.
O pedido chegou ao STF às 16h42 desta quarta-feira, enquanto os líderes de bancada na Câmara encaminhavam os votos dos partidos sobre a admissibilidade da denúncia contra Michel Temer e o ex-assessor especial da presidência Rodrigo Rocha Loures por corrupção passiva — que acabou sendo rejeitada.
A assessoria de imprensa do Planalto afirmou que não irá fazer comentários sobre o pedido. A assessoria do ministro Eliseu Padilha informou que, caso ele venha “a ser investigado, ao final da investigação, restará provada sua completa inocência”. A reportagem procurou a assessoria do ministro Moreira Franco para se manifestar e ainda aguarda resposta. No caso de Temer, que já era alvo de inquérito no STF sob a suspeita de participação em organização criminosa e obstrução à investigação de organização criminosa, Janot esclareceu que “não se trata de uma nova investigação contra o presidente da República, mas de uma readequação daquela já autorizada no que concerne ao crime de organização criminosa”.
De acordo com o que foi pedido pela PGR, a outra linha de investigação que existe contra o presidente, pelo suposto crime de obstrução à investigação de organização criminosa, seguirá tramitando em um outro inquérito, separadamente. Cabe ao ministro Edson Fachin, relator dos dois inquéritos no STF, autorizar ou não o pedido.