O Ministério Público indicia seis policiais pela morte de brasileira em Portugal
Os policiais envolvidos na morte da brasileira Ivanice Carvalho da Costa, de 36 anos, atingida por um tiro, quando o carro em que estava foi confundido com o de assaltantes em Lisboa, na quarta-feira (15), permanecem em liberdade.
O Ministério Público português abriu uma investigação para apurar as circunstâncias da morte da brasileira de 36 anos e indiciou 6 dos 7 policiais que participaram da ação. O sétimo não foi indiciado porque não estava armado e, portanto, não poderia ter efetuado os disparos.
Por ora, os agentes da PSP (Polícia de Segurança Pública) precisaram assinar um termo de identidade e residência, além de serem transferidos do patrulhamento das ruas para serviços administrativos da corporação. Esta foi a primeira morte provocada pela polícia em 2017 em Portugal, um país que tem níveis bastante baixos de violência policial.
O grupo está recebendo apoio psicológico. O Sindicato Nacional da Polícia de Portugal defendeu os agentes e criticou aqueles que classificaram a ação de truculenta pelo fato de terem sido feitos mais de 20 disparos contra o carro em que estava Ivanice e seu companheiro, ambos desarmados.
“É sempre muito fácil para alguns ‘comentadores de bancada’ virem criticar as ações policiais”, diz uma nota do grupo, segundo a qual “os polícias apenas têm segundos para decidirem as ações que devem tomar”. “Este sindicato está absolutamente convicto de que os mesmos não agiram com intenção de atentar contra a vida de quem quer que fosse, mas sim de imobilizar um veículo que estava em fuga.”
O Ministro da Administração Interna de Portugal, Eduardo Cabrita, lamentou o incidente, mas evitou responsabilizar os policiais.
“A circunstância infeliz ontem [quarta-feira], verificada no quadro de uma perseguição, está neste momento a ser investigada pela Inspeção-Geral da Administração Interna, pelas autoridades judiciárias, pelo Ministério Público, no quadro das suas competências próprias. Tudo será apurado”, disse.