Muçulmanos repudiam Bolsonaro e chamam Evangélicos de fanáticos
Durante as manifestações do movimento “Elenão”, no Rio de Janeiro um grupo de mulheres com véu na cabeça carregavam um cartaz que dizia “Muçulmanas contra o fascismo”. Esse era o nome de seu coletivo. A professora Nahid Shair, que estava junto no protesto contra o presidenciável Jair Bolsonaro (PSL), explica que elas temem o fim da liberdade religiosa no país, caso ele vença. “A gente vê como uma ameaça de não poder exercer a nossa religião”, explica.
Mesmo que o presidenciável não tenha se anunciado nenhuma medida nesse sentido, ela insiste: “Eu uso véu e não quero deixar de usar. Não quero deixar a minha religião porque a maioria do Brasil é cristã. A Constituição me deu esse direito”.
O coletivo de Sahir é um dos grupos islâmicos que assinaram uma “nota de repúdio” a Bolsonaro, divulgado pela revista Época nesta quinta-feira (4). Também fazem parte da iniciativa os grupos “Muçulmanos Contra Bolsonaro”, “Coletivo Muçulmanas e Muçulmanos Contra o Golpe” e a “Mesquita Sumayyah Bint Khayyat” de São Paulo.
Um trecho do documento diz: “uma nova onda de intolerância religiosa ganha ímpeto com o fanatismo de parte dos evangélicos neopentecostais, tendo como principais alvos as religiões de matriz africana”.
O texto afirma ainda: “Manifestamos o nosso mais profundo repúdio a todas as formas de intolerância que possam comprometer o convívio salutar dos cidadãos com todas as suas diferenças, sejam religiosas, de gênero, de cor ou de ideologia política”.
Chama a atenção que grupos judeus se juntaram aos coletivos islâmicos. Assinam a nota, por exemplo, o “Fórum de Judeus Sionistas-Socialistas Pró-Palestina” e o “Meretz Brasil”, que tem ligação com o partido socialista israelense de mesmo nome. Com informações de Valor