Ministro avisa Trump: “O Armageddon será em 2036” se emissões não diminuírem
O ministro do Ambiente disse esta quarta-feira que se o Presidente dos Estados Unidos “decidir mal” e “relaxar” o compromisso norte-americano no Acordo de Paris “haverá inevitavelmente um prejuízo”, avisando que “o ‘Armageddon’ será em 2036” se emissões não diminuírem. “Se o Sr. (Donald) Trump decidir mal, no sentido de relaxar o compromisso dos Estados Unidos da América com o Acordo de Paris, há inevitavelmente um prejuízo para todos nós, ainda que eu esteja convencido de que se trata mais de um sobressalto do que de uma tendência”, disse João Pedro Matos Fernandes à margem de um evento do grupo Águas de Portugal em Lisboa.
As declarações foram feitas antes de ser noticiado por meios da comunicação social norte-americana, com base em fontes anônimas, mas próximas da presidência, que Donald Trump vai formalizar a saída do país do acordo de Paris sobre alterações climáticas. O ministro do Ambiente português destacou a situação dos países em vias de desenvolvimento e afirmou que no que diz respeito à dimensão de ajuda, financeira e técnica, aquilo a que chama “otimisticamente de sobressalto” acabará “por traduzir-se num prejuízo pesado”.
“Temos todos consciência de que se não fizermos nada no sentido da redução significativa dos gases que provocam efeito de estufa é já em 2036 que o ‘armageddon’ [fim do mundo] pode estar à nossa frente. E aqui o ‘armageddon’ não é um nome de filme. Atingiremos os tais dois graus acima da temperatura média do planeta, acima do que era no início da revolução industrial e a partir daí a vida na terra por razões climáticas será muito mais difícil do que aquilo com que já todos nos confrontamos”, afirmou.