Aplicações: Veja o que dizem analistas após queda de juros para 7% ao ano
O Banco Central reduziu a taxa de juros básica da economia, a Selic, para 7% ao ano, o menor nível desde que a taxa foi criada, em março de 1999. Com juros mais baixos, o rendimento da poupança vai a 4,9% ao ano e quem tem dinheiro para investir vai ter de procurar investimentos mais arriscados se quiser que seu dinheiro renda mais. Os poupadores voltaram a aplicar na caderneta em novembro. Segundo estudo da Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade), com a Selic a 7% ao ano, a poupança passa a render 0,40% ao mês ou 4,9% ao ano.
O rendimento é inferior aos 0,5% + TR (Taxa Referencial) a que as pessoas estão acostumadas, mas é preciso lembrar que a partir do momento em que taxa Selic vai abaixo de 8,5% ao ano, a poupança passa a render 70% da Selic, mais TR.
O rendimento de 0,40% ao mês parece pequeno, mas ele será superior ao dos fundos DI com taxa de administração superior a 1%. Com os juros baixos, olhar a taxa de administração dos fundos e dos investimentos vai fazer a diferença entre ganhar ou perder dinheiro.
“Os fundos continuam com as taxas no mesmo nível de quando a Selic estava em 14,25% ao ano. Se não diminuírem, vão perder clientes para a poupança”, diz Miguel Ribeiro de Oliveira, diretor-executivo da Anefac.
Poupança, Tesouro, CDBs e fundos DI: qual renda fixa escolher?
Quem é conservador (prefere abrir mão de rentabilidade para ter mais garantia de rentabilidade) e tem até R$ 5.000 para investir pode continuar deixando seu dinheiro na poupança, afirma Oliveira e Rocha especialista em investimento do banco Ourinvest. A poupança não cobra taxa de
administração nem paga Imposto de Renda, mas para garantir o rendimento é preciso esperar o aniversário da poupança para sacar.
O Tesouro Selic, que é considerado o investimento mais seguro, vai render, segundo cálculos de Roberto Indech Roberto Indech, analista-chefe da Rico Investimentos, 6% ao ano, já descontados Imposto de Renda e taxa de custódia de 0,3% cobrada pela Bolsa. É um rendimento superior ao que deve ter a poupança, de 4,9% ao ano, segundo Indech. Mas dá um pouco mais de trabalho para aplicar, lembra Ricardo Humberto Rocha, professor de Finanças do Insper, pois tem que abrir conta em corretora e fazer operações pela internet. “Mas depois que aprende é fácil e vale a pena.”
Uma das melhores oportunidades de investimento, segundo Calil e Indech, é investir em CDBs de bancos pequenos e médios, que estão pagando até 120% do CDI, ante 100% do CDI no Tesouro Selic.
O cuidado aqui é limitar o investimento a até R$ 250 mil (já considerando os rendimentos), porque esse é o valor máximo que o FGC (Fundo Garantidor de Créditos) garante caso o banco quebre. Os bancos grandes, segundo os especialistas, estão pagando no máximo 90% do CDI. “Não vale a pena”, diz Calil.
O dólar não é recomendado como investimento, segundo os analistas. Quem precisa comprar a moeda porque vai viajar ou ter gastos em dólar deve aproveitar as quedas de preço para fazer a reserva. “Se vai precisar de US$ 5.000 em um ano, compre US$ 250 por mês, aproveitando as baixas da moeda”, afirma Rocha.