Habeas corpus para o médium “João de Deus” foi negado pela Justiça
O ministro Nefi Cordeiro, do STJ (Superior Tribunal de Justiça), negou nesta quarta-feira (19) o pedido de liberdade protocolado pela pela defesa do médium João Teixeira de Faria, o João de Deus, preso desde domingo (16). O ministro também afastou a possibilidade de segredo de Justiça do processo, ao entender que a aplicação do sigilio não serve à proteção do autor de supostos crimes contra a dignidade sexual.
Nefi Cordeiro indeferiu liminarmente o habeas corpus, o que significa, segundo o STJ, que o pedido não tem seguimento. A defesa de João de Deus pretendia reverter a prisão preventiva em domiciliar. A prisão preventiva foi decretada pela Justiça de Goiás com base em 15 denúncias já formalizadas em Goiânia, todas por crimes sexuais. O R7 procurou a defesa do médium João de Deus para comentar a recente decisão do STJ, mas até a publicação desta matéria não obteve resposta.
Polícia Civil de Goiás encontrou aproximadamente R$ 405 mil em dinheiro vivo e armas irregulares na casa de João de Deus que está preso desde o último domingo (16) após centenas de denúncias de abuso sexual.
De acordo com a coordenadora da força-tarefa que investiga os abusos, delegada Karla Fernandes, a polícia apreendeu dois revólveres de calibre 32, um de calibre 38, uma pistola 380 com capacidade para 12 tiros, e uma garrucha calibre 22, que tinha a numeração raspada. Também foram encontradas diversas munições em poder de João de Deus, sendo algumas estrangeiras. Chamou atenção ainda a descoberta de munições 357, exclusiva de uso militar, e que pode ser usada em calibre 38
O dinheiro foi encontrado em um fundo falso de um guarda-roupas do quarto do médium. Na residência do médium também foram encontradas cinco armas – uma delas com numeração raspada – espalhadas por gavetas.
O montante estava distribuído em diversos tipos de moedas: francos suíços, dólares americanos e canadenses, pesos argentinos e euros. A maior quantia, no entanto, era de reais. A Polícia não soube informar a origem do dinheiro encontrado na casa do médium.
Entenda o caso
João Teixeira de Faria, conhecido como João de Deus, está sendo acusado por diversas mulheres de abuso sexual durante os atendimentos espirituais na Casa Dom Inácio de Loyola, em Abadiânia, interior de Goiás. Após as primeiras denúncias, o MP-GO (Ministério Público de Goiás) criou uma força-tarefa, que conta com quatro promotores, seis delegados e duas psicólogas para atenderem o caso.
Na noite de quarta (12), a Promotoria de Justiça de Goiás solicitou a prisão preventiva do médium, cinco dias depois de as primeiras denúncias de abusos sexuais começarem a aparecer.
Em sua primeira aparição pública após as denúncias, na manhã de quarta-feira (12), João de Deus ficou cerca de 10 minutos na Casa Dom Inácio de Loyola, em Abadiânia, interior de Goiás. O médium se disse inocente e declarou que estava à disposição da Justiça. Na tarde de domingo (16), João de Deus se entregou às autoridades. Até a tarde de segunda-feira (17), a força-tarefa do MP-GO tinha recebido um total de 506 mensagens sobre a investigação contra o médium. *crédito ao portal R7.