Grupo de satanistas iram fazer a ‘missa negra’ no mês de outubro
Os satanistas não são um grupo religioso homogêneo. Existem diferentes perspectivas do que significa a adoração a Satanás, mas um grupo na Filadélfia quer se visto como um grupo de amigos que gosta de discutir filmes e política em meio a pentagramas e imagens de demônios.
O Templo Satânico irá realizar um ritual que chama de “missa negra” num local público na sexta-feira, 12 de outubro. Acostumados a se reunir num bar, recentemente celebraram seu primeiro ano de formação. Um bolo de chocolate coberto de glacê preto com um pentagrama em vermelho indicava quem eles eram. Antes do líder soprar a vela, eles fazem uma invocação pedindo a Satanás poder e sabedoria.
Em seu livro “Satanismo: A Social History”, o sociólogo italiano Massimo Introvigne explica que existem dois tipos de praticantes do satanismo: ocultistas e racionalistas. Grupos racionalistas são maioria e dominam a cobertura da mídia porque, segundo o estudioso “eles querem criticar a sociedade, que acreditam ser dominada por conservadores ou cristãos, então eles decidem mostrar-se dessa forma ao público”.
Dentro desse especto dos racionalistas, ateus e humanistas usam o satanismo como uma maneira de fazer declarações políticas. Por exemplo, buscam o reconhecimento como grupo religioso para se beneficiar das leis que lhes garantem a liberdade de expressão para defender pautas como aborto e liberdade sexual.
Recentemente passaram a usar uma estátua de Baphomet – um ídolo meio homem meio bode, com mais de 3 metros de altura – para protestarem contra a exibição de símbolos religiosos em locais públicos. O caso mais famoso foi no Oklahoma, onde colocaram temporariamente em frente à sede do governo do estado, ao lado de um monumento dos Dez Mandamentos.
Desde 2014, indica o Instituto de Pesquisas Pew Research, cerca de 1,5% dos americanos já se identificam com “outras” religiões, incluindo o paganismo, a wicca e o satanismo.
Preconceito
Moira Corvid, uma das líderes do Templo Satânico da Filadélfia, acredita que há “preconceito” contra os satanistas. “Eu não machuco animais ou outras pessoas. Eu não quero que as igrejas sejam queimadas, e eu não vejo outras religiões (ou os seres humanos que participam delas) como uma doença ou algo a ser erradicado. E eu não como bebês. Somos satanistas. Ponto final. Muitos de nós também são ateus e nos relacionamos bem com as plataformas defendidas por grupos secularistas”, assevera.
Ela não vê conflito em ser ateu e, ao mesmo tempo, identificar-se como satanista. “Temos autonomia”, ela continua. “Eu não pertenço a ninguém. A dinâmica mitológica de Lúcifer, levantando uma espada contra o Deus que queria ser seu dono, fala comigo de uma maneira profundamente existencial”.
Interior do Templo Satânico.