França acaba com o sonho da Bélgica, e está na final da Copa
A França está na final da Copa do Mundo pela terceira vez em sua história. Dona de um título (1998) e um vice (2006), a seleção francesa bateu a Bélgica por 1 a 0 nesta terça-feira, em São Petersburgo, e agora espera o vencedor de Croácia e Inglaterra, que se enfrentam nesta quarta, em Moscou. A final será no domingo, às 12h de Brasília, no estádio de Lujniki, em Moscou. A decisão do terceiro lugar será no sábado, às 11h, em São Petersburgo. Umtiti fez o gol da classificação francesa, lembrando outro defensor, Thuram, responsável pelos dois gols da França na semifinal de 1998, contra a Croácia.
A Bélgica teve mais posse de bola e ofereceu perigo com boas chegadas de Hazard e De Bruyne pelas pontas. No entanto, Lukaku ainda não teve uma grande chance. O lance que mais assustou foi um chute de Alderweireld, depois de escanteio, que exigiu excelente defesa de Lloris.
A França respondeu nos contra-ataques, sempre puxados por Griezmann ou Pogba. No entanto, nenhum foi aproveitado por Giroud, que não soube concluir as bolas que recebeu dentro da área. Mbappé teve sua velocidade pouco explorada pela direita, mas deixou o lateral Pavard na cara de Courtois em tabela por aquele lado. O goleiro defendeu a finalização de Pavard com o pé direito.
PRA FAZER HISTÓRIA: Com a classificação da França, Didier Deschamps terá a chance de se tornar o terceiro homem a vencer Copas do Mundo como técnico e jogador. Os outros dois são Zagallo, pelo Brasil (1958/62 como jogador e 70 como técnico ) e Franz Beckenbauer, pela Alemanha (1974 como jogador e 1990 como técnico). Na foto abaixo, ele cumprimenta Henry, seu colega de time na conquista de 1998 e que foi auxiliar técnico da Bélgica no jogo desta terça.
PRIMEIRO TEMPO:
Não foram necessários gols para que França e Bélgica fizessem um excelente primeiro tempo em São Petersburgo. As duas seleções investiram em um duelo firmado em muita estratégia, tentando amortecer as qualidades do adversário e fazer valer seu jogo. A Bélgica deu sinais de domínio, controlou mais a bola e teve as chegadas mais perigosas na metade inicial do período (especialmente em conclusão de Alderweireld, muito bem defendida por Lloris, e em chute colocado de Hazard, rente à trave). Mas a França cresceu aos poucos, mostrou mais objetividade no ataque e poderia ter aberto o placar com Pavard, que recebeu linda assistência de Mbappé e tentou desviar de Courtois – mas o goleiro de 1,99m salvou com o pé.
O QUE MUDOU NA BÉLGICA: Comparando com o jogo contra o Brasil, a Bélgica tem Chadli na função de Meunier, suspenso, e Dembélé fazendo a função de Chadli, como um volante pela esquerda, ajudando Vertonghen, que é novamente lateral-esquerdo. Outra mudança é que Lukaku volta a jogar centralizado.
SEGUNDO TEMPO:
A França voltou bem do intervalo e alcançou o gol aos 5 do segundo tempo. Griezmann bateu escanteio, e o zagueiro Umtiti se antecipou a Fellaini e mandou para o fundo do gol. Os franceses tomavam as rédeas da partida e obrigavam os belgas a se abrirem, dando espaços para jogadores como Mbappé, dono de lance lindo, com um giro de costas, para Giroud perder o gol – mais uma vez. A necessidade fez a Bélgica ter ainda mais a bola, mas sem saber muito bem o que fazer com ela. Cabeceio de Fellaini e chute de Witsel levaram perigo a uma França muito estável, muito segura, capaz de segurar a vantagem até o apito final e eliminar o talentoso time belga.
GOOOOOOOOOOL! É DA FRANÇA! Umtiti abre o placar!
A VOLTA POR CIMA: Umtiti começou a Copa fazendo um pênalti bobo contra a Austrália, tocando com a mão na bola dentro da área. E veio melhorando jogo a jogo. Agora, alcança seu gol. Lembrando que nas quartas de final, contra o Uruguai, Varane, colega de zaga de Umtiti, havia marcado de cabeça.
COMENTÁRIOS DO GLOBO
CRAQUE: Hoje do lado belga, Henry é auxiliar técnico do treinador Roberto Martínez, e vive um duelo inusitado, contra os seus compatriotas! Antes do jogo, o craque francês aproveitou para brincar um pouco no gramado.
FRANÇA: A França aparece como uma das três favoritas ao título da Copa do Mundo. A força francesa não é por acaso. A seleção totalmente renovada escolhida por Didier Deschamps vem mostrando grande qualidade para avançar à grande decisão.
Nas quarta de final, venceu o Uruguai por 2 a 0. Os Azuis já eram apontados – antes mesmo da Copa começar – como um dos candidatos ao título. Possuem um time jovem, com a média de idade de 25,5 anos. Mas é justamente no mais novo entre os 23 franceses que estão na Rússia (Mbappé, de 19 anos) que mora a esperança de gols e boas jogadas.
BÉLGICA: A Bélgica é uma das sensações desta fase. A “ótima geração belga” passou pela toda poderosa Seleção Brasileira com autoridade. Com a moral elevada, a Bélgica vai a campo com o tem de melhor em seu elenco para fazer sua primeira final da Copa do Mundo.
Os belgas possuem uma média de idade superior a do adversário (27,2 anos). O jogador mais velho do plantel de Roberto Martínez é o zagueiro Thomas Vermaelen, de 32 anos. Pelo lado azul, o “vovô” é o goleiro reserva Steve Mandanda, de 33. Outro ponto que assemelha os europeus é a velocidade e o jogo aéreo. A Bélgica abusou de jogadas pelo alto contra o Brasil, apostando, claro, na estatura dos seus jogadores. Esse também foi o caminho encontrado para vencer o Japão, pelas oitavas de final. Foram dois gols de cabeça e outro de contra-ataque. Por mais alto que seja (mede 1,90m), o centro-avante Lukaku, assim como De Bruyne, tem papel importante na hora de armar as jogadas em velocidade.
OPÇÕES DA FRANÇA: Se quiser mexer no time, Deschamps tem Dembélé como opção de velocidade, Lemar e Fekir pra dar mais qualidade ao toque de bola no meio-campo ofensivo e Tolisso ou N’Zonzi para reforçar a marcação no meio.
OPÇÕES DA BÉLGICA: O rápido Carrasco começou a Copa como titular, jogando na ala esquerda, e está no banco. Januzaj é outra boa opção para jogar pelos lados, no ataque. Mertens pode jogar aberto ou por trás de Lukaku, ajudando Hazard e Kevin de Bruyne na armação.
Fifa define árbitro
Em anúncio publicado pelo Twitter, a Fifa confirmou a presença do uruguaio Andrés Cunha no encontro entre França x Bélgica, na terça-feira (10), às 15h (Brasília). Além de Andrés, a equipe de arbitragem conta com outros latinos. Nicolas Taran e Mauricio Espinosa, ambos do Uruguai, serão os assistentes na partida. Cesar Ramos, do México, será o 4º árbitro.
Escalações
França: Lloris; Pavard, Varane, Umtiti e Lucas Hernández; Pogba, Kanté e Matuidi; Mbappé, Griezmann e Giroud.
Técnico: Didier Deschamps
Bélgica: Courtois; Alderweireld, Kompany, Vertonghen e Dembélé; Fellaini, Witsel, Chadli, De Bruyne e Hazard; Lukaku.
Técnico: Roberto Martínez.
Já a França vem com o time considerado titular. Matuidi volta de suspensão no meio-campo.
La composition de l’Equipe de France !! #FRABEL #FiersdetreBleus pic.twitter.com/ZqTaemlW43
— Equipe de France (@equipedefrance) 10 de julho de 2018
Dembele é a novidade na Bélgica. O volante entra no lugar de Meunier, suspenso.
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— Belgian Red Devils (@BelRedDevils) 10 de julho de 2018