Federal prendeu quadrilha de tráfico de drogas em cinco estados
Mais de 200 agentes da Polícia Federal (PF) estão nas ruas desde o começo da manhã desta segunda-feira (25/6) em uma operação contra uma organização especializada em tráfico internacional de drogas e lavagem de dinheiro, que atuava a partir da fronteira sul do Estado de Mato Grosso do Sul com o Paraguai. A Operação Laços de Família busca suspeitos em cinco estados: Mato Grosso do Sul, Paraná, São Paulo, Goiás e Rio Grande do Norte.
No total, segundo a PF, devem ser cumpridos 20 mandados de prisão preventiva, 2 mandados de prisão temporária, 35 mandados de busca e apreensão em residências e empresas, 136 mandados de sequestros de veículos terrestres, 7 mandados de sequestro de aeronaves (helicópteros), 5 mandados de sequestro de embarcações de luxo, 25 mandados de sequestro de imóveis. As ordens foram expedidas pela 3ª Vara de Campo Grande.
Além drogas, cargas de produtos, caminhões, os agentes apreenderam até um helicóptero. Além das prisões e das buscas, a Justiça também decretou sequestro geral de todos os bens de 38 investigados, em todo o território nacional, inclusive em nome de suas empresas de fachada. Em meio às investigações da Operação Laços de Família, a Polícia Federal havia conseguido prender em flagrante seis membros da organização. Também foram apreendidos mais de R$ 317 mil em dinheiro; joias avaliadas em mais R$ 81 mil, duas pistolas, 27 toneladas de maconha, duas caminhonetes e 11 veículos de transporte de carga.
Em nota, a PF falou dos traços de “clã” que a organização criminosa tinha, com características de máfia. Isso porque entre os cabeças do crime organizado estavam membros de uma mesma família e alguns, segundo a investigação, têm estreita ligação com integrantes da facção criminosa paulista Primeiro Comando da Capital (PCC). As penas somadas dos crimes cometidos pelos suspeitos atingem aproximadamente 35 anos de prisão.
Ostentação e uso de violência para impor silêncio
Em carretas com carga aparentemente lícita, grandes carregamentos de drogas partiam da região de fronteira entre o Brasil e o Paraguai, com destino a várias regiões brasileiras. A investigação apurou que a organização criminosa recebia joias, veículos de luxo e dinheiro por meio de depósitos em contas bancárias de laranjas e de empresas de fachada, como pagamento das cargas criminosas, “que garantiam vida luxuosa e nababesca aos patrões do tráfico internacional de drogas”, como descreveu a PF em nota.
A PF também destacou o modo como o grupo incutia temor e o silêncio na região, usando violência e poderio.”Também eram utilizados helicópteros para transportar joias e dinheiro usados como pagamento do bando, vindos de vários pontos do Brasil”, explicou o órgão.