Federação pede o fim da greve após TST, aumentar multa para 2 milhões
Após o Tribunal Superior do Trabalho (TST) aumentar a multa de R$ 500 mil para R$ 2 milhões por dia de paralisação, a Federação Única dos Petroleiros (FUP) decidiu suspender a greve da categoria nesta quinta-feira e orienta os demais sindicatos a tomarem a mesma decisão.
“O TST joga o jogo do capital e não deixaria barato a greve dos petroleiros. As multas diárias de R$ 500 mil saltaram para R$ 2 milhões, acrescidas da criminalização do movimento. O tribunal cobrou da Polícia Federal investigação das entidades sindicais e dos trabalhadores, em caso de desobediência”, diz a nota.
“Essa multa abusiva e extorsiva jamais seria aplicada contra os empresários que submetem o país a locautes para se beneficiarem política e economicamente. Jamais seria imposta aos empresários que entregam patrimônios públicos, aos que destroem empregos e violam direitos dos trabalhadores”, acrescenta a FUP ao orientar que seus sindicatos façam um “recuo momentâneo e necessário para a construção da greve por tempo indeterminado.”
Ainda de acordo com a nota, os petroleiros saem da greve “de cabeça erguida”, por terem “desmascarado” os interesses privados e internacionais que pautam a atual gestão da estatal. SindipetroNF O Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense (Sindipetro) também divulgou nota em que “repudia” a decisão do Tribunal Superior do Trabalho de aumentar a multa diária à categoria, caso os petroleiros decidam pela manutenção da paralisação de 72 horas, prevista para ser encerrada à meia-noite de amanhã.
Os petroleiros decretaram greve de 72 horas, que teve início à meia-noite de quarta-feira. A categoria reivindicava mudanças na política de preços da Petrobras e também criticava o presidente da estatal, Pedro Parente.
No Rio Grande do Sul, funcionários da Refinaria Alberto Pasqualini (Refap), em Canoas, suspenderam as atividades no dia de ontem. Durante o protesto, houve confronto entre manifestantes e a Brigada Militar que atirou, inclusive, bombas de efeito moral contra o grupo que bloqueava a BR 116.
Nela, o SindipetroNF, sem se posicionar sobre a recomendação da FUP, informa que os departamentos jurídicos do sindicato e também da FUP estão avaliando a nova intimação do TST para, amanhã (1º), comunicar a categoria “qual o entendimento jurídico acerca de mais esse ataque à classe trabalhadora. O sindicato avaliará, também, o quadro nacional para se posicionar diante da nova conjuntura”. A direção do SindipetroNF aproveita a nota para comunicar aos grevistas das plataformas e do Terminal de Cabiúnas que “a greve por tempo determinado está mantida e segue forte em todo Norte Fluminense. Com 25 plataformas e o terminal no movimento, as orientações permanecem as mesmas”.