Famosas resolvem falar e acusam diretor X-Men, Brett Ratner de assédio sexual
Seis mulheres vieram à público para denunciar o diretor Bret Rattner de assédio sexual. Os relatos integraram uma reportagem do jornal Los Angeles Times. Entre as acusadoras estão as atrizes Olivia Munn (The Newsroom) e Natasha Henstridge (As Espiãs, Meu Vizinho Mafioso). Então aspirante a modelo, Natasha Henstridg tinha 19 anos na época quando, segundo ela, Ratner a forçou a fazer sexo oral nele. Ela estava assistindo a um filme na casa do cineasta em Nova York com outros amigos quando caiu no sono. Depois de acordar, a atriz conta que o diretor não a deixou sair do apartamento e bloqueou a porta. “Ele usou a força contra mim de uma maneira real”, contou Henstridg ao LA Times.
“Eu represento o Sr. Ratner há duas décadas e nenhuma mulher fez nenhuma acusação contra ele por má conduta sexual ou assédio sexual”, disse o advogado do diretor, produtor e roteirista que se tornou um influente nome em Hollywood nos últimos 20 anos, dirigindo filmes como Hércules, Roubo nas Alturas, X-Men: O Confronto Final e Dragão Vermelho e produzindo longas como O Regresso, No Rastro da Bala e séries como Prison Break.
Olivia Munn afirmou que em 2004, quando ela ainda era uma aspirante a atriz, fez uma visita ao set de filmagens de Ladrão de Diamantes e foi supreendida pelo cineasta, que se masturbou na frente dela. Em 2010, a atriz que interpretou a mutante Psyloche em X-Men: Apocalipse escreveu um artigo sobre o incidente, sem mencionar o nome de Ratner. Um ano depois, Ratner assumiu que ele era o homem no relato de Munn e se vangloriava falsamente de ter tido relações sexuais com a atriz, o que não aconteceu e o diretor foi forçado a desmentir no futuro.
Em entrevista ao LA Times, Munn disse que os falsos rumores sobre ela e Ratner a deixavam furiosa e que ela decidiu voltar a falar no assunto motivada pela coragem das dezenas de mulheres que acusaram o produtor Harvey Weinstein de estupro, assédio e má conduta sexual nas últimas semanas. “Eu sinto como se eu continuasse enfrentando o mesmo sujeito que praticava bullying na escola e que não quer desistir”, desabafou. “Só esperava que as pessoas acreditassem na verdade e que o tempo passe para não precisar trabalhar mais com ele.” Ratner “disputa veementemente” a versão de Munn para os fatos, diz o advogado do cineasta.
Em 2005, a atriz Jaime Ray Newman estava prestes a atuar em seu primeiro papel expressivo na TV, na série Supernatural, quando encontrou Ratner na primeira classe de um voo. Ela alega que ficou chocada por, em apenas cinco minutos de conversa, Ratner ter falado sobre atos sexuais que ele gostava de fazer e receber e mostrou fotos nuas da mulher com quem namorava na época. “Ele estava me descrevendo de forma explícita como ele iria fazer sexo oral em mim e como ele era viciado nisso”, contou.
A atriz Katharine Towne disse que durante uma festa em Los Angeles, realizada em 2005, Ratner cometeu “avanços indesejados” contra ela. Ela diz que o diretor foi “excessivamente persistente” em suas investidas para levá-la para a cama. “Ele começou a se aproximar de uma forma tão extrema”, relembra. Ao tentar se desvencilhar dele, Towne foi ao banheiro, mas foi seguida pelo cineasta, que entrou no cômodo junto dela e fechou a porta, segundo seu relato.
Segundo a reportagem do LA Times, quatro pessoas que trabalharam na produção de A Hora do Rush 2, filme de ação e comédia dirigido por Ratner, a atmosfera nos bastidores da produção tinha uma “atmosfera sexual carregada” por conta das atitudes do diretor. Eri Sasaki, uma das figurantes do filme, tinha que usar biquíni em uma de suas cenas. Num destes momentos, ela conta, Ratner tocou seu corpo e a convidou para ir para o banheiro com ele. Quando ela negou, o cineasta teria reagido: “Você não quer ficar famosa?”. Jorina King, outra figurante em A Hora do Rush 2, disse que foi chamada ao trailer de Ratner sozinha e que o diretor pediu que ela mostrasse seus seios a ele.
Ratner costuma investir na persona de playboy e já disse que James Toback, acusado por mais de 300 mulheres de assédio, e Roman Polanski, condenado em 1977 por ter relações sexuais com uma menina de 13 anos, estavam entre seus “amigos próximos”.