Em coletiva, Cunha culpa a Globo de perseguição e campanha contra sua pessoa
Na entrevista coletiva de 10 minutos, realizada minutos depois de ser cassado por 450 votos, Eduardo Cunha direcionou a artilharia contra um de seus vários inimigos número 1. “A Globo e as Organizações Globo fizeram uma campanha de perseguição aos deputados para estarem presentes (na votação), como fazem campanha (contra mim) todos os dias.
É muito difícil aguentar, como eu aguentei, um ano inteiro a TV Globo fazendo campanha como fez”, disse o agora ex-deputado.
Em ocasiões anteriores, o peemedebista já tinha se queixado do teor da cobertura de seu processo de cassação no canal. Na entrevista concedida por ele no dia 21 de junho, disparou: “Tem alguns algozes meus que são frequentadores do Jornal Nacional. Já são quase repórteres adjuntos. Todos os dias são escalados em rodízio para poder falar (contra mim)”.
Por volta de 23h50 de ontem, a Globo entrou com um plantão – Taan-Tan-Tan-Tan-Tan-Tan-Tan-Taaaannn! – para anunciar a cassação de Cunha.
No estúdio do Jornal da Globo em São Paulo, Renata Lo Prete, que substitui o titular William Waack, interagiu ao vivo com o repórter Heraldo Pereira, que estava na galeria do plenário da Câmara, em Brasília.
A GloboNews exibiu a sessão na íntegra e também transmitiu a entrevista na qual Cunha criticou o Grupo Globo. Alguns minutos depois da meia-noite, começou uma edição especial do Jornal das Dez.
No estúdio do Rio estavam o âncora Dony De Nuccio e Merval Pereira, homem forte do jornalismo do canal. Em Brasília, os comentaristas de política Cristiana Lôbo e Gerson Camarotti.
Por meia hora eles discorreram a respeito da ascensão e queda de Eduardo Cunha, sem abordar a acusação polêmica feita por ele contra a emissora líder de audiência no país.
Ainda na coletiva após a votação, Eduardo Cunha anunciou uma possível bomba: “Vou escrever um livro sobre o impeachment, com diálogos de todos que conversaram comigo”.
Michel Temer está entre eles?, questionou um repórter. “Todos, todos”, respondeu o ex-parlamentar. O senhor gravou as conversas?, perguntou outro jornalista. “Não, tenho boa memória.”
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