Donal Trump, toma posse nesta sexta como o 45º Presidente dos Estados Unidos
Donal Trump entra na Casa Branca como o chefe de Estado mais impopular em 40 anos e congrega um tremendo manancial de dúvidas sobre a sua capacidade de liderar um país que ainda se vê como farol do “Mundo livre”. É uma nação dividida que o espera – hoje, na capital federal, serão cerca 900 mil pessoas, metade das que assistiram, em 2009, ao discurso de inauguração do primeiro presidente afro-americano da história dos Estados Unidos – e a inédita ausência de mais de 50 congressistas democratas da cerimônia exemplifica e agudiza a dimensão do quadro das divergências.
De qualquer forma, o discurso de inauguração do milionário poderá servir de indicador do tipo de presidência que os norte-americanos, e o Mundo, se preparam para enfrentar. Mais uma mostra da costumeira truculência ou, finalmente, a assunção do estatuto de estadista?
Para já, os sinais que foi deixando desde que venceu as eleições, em novembro, não são animadores em termos de soluções baseadas no bom senso puro e duro. A nível interno, as prioridades da nova administração – o fim do Obamacare, sistema de saúde promovido pelo presidente cessante, e a reforma fiscal – têm suscitado reservas até entre os republicanos, em especial, a segunda. E os direitos civis vão conviver com um Executivo assaz conservador…
Extramuros, o cenário é um pouco mais complexo, porquanto Trump tem colecionado diatribes com governos e instituições. Garante que pretende oferecer ao Reino Unido um rápido e justo acordo comercial com os Estados Unidos, enquanto aplaude a decisão dos britânicos de saírem da União Europeia e prevê que mais países venham a tomar atitude idêntica, associando-a à vaga de insatisfação com a crise migratória.
Também já avisou que, sob a sua liderança, as contribuições para a NATO serão revistas, pois os Estados-membros da Aliança “não pagam” a sua parte na defesa comum e “apoiam-se sempre” nos EUA.
Trump criticou a intervenção militar de Moscovo na Síria e admitiu uma possível atenuação das sanções por causa da anexação russa da península ucraniana da Crimeia se o Kremlin aceitar um acordo para reduzir os arsenais nucleares. O novo presidente disse estar preparado para confiar no homólogo russo, Vladimir Putin, mas deixou no ar a possibilidade de o clima de confiança “não durar muito”. O combate contra o “Estado Islâmico” e a guerra no Afeganistão são outras questões relevantes, além dos dossiês nucleares norte-coreano e iraniano, a relação com o México, o conflito israelo-palestiniano e as divergências com a China.
Se Trump representa, por si só, fonte de temores, a equipa que escolheu encerra igualmente nomes questionáveis. Entre os mais controversos, contam-se Rex Tillerson, devido à proximidade com Putin; Steven Mnuchin, ex-diretor do Goldman Sachs; Tom Price, que investiu em ações de farmacêuticas pouco antes de promover legislação no Congresso que as beneficiava; Scott Pruitt, um cético em relação às alterações climáticas, e Stephen K. Bannon, de uma direita radical que tem o nacionalismo branco como valor fundamental.
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