Diretor da Federal diz: Delegados da PF tiveram desvios político-partidários
Indicado para substituir Leandro Daiello, diretor-geral da Polícia Federal mais longevo do período democrático, o delegado Fernando Segovia rechaça a possibilidade de pressões políticas interferirem nas investigações em andamento, promete dar mais velocidade aos inquéritos contra políticos e afirma ter como meta de gestão a unificação da corporação responsável pelas maiores operações de combate à corrupção do Brasil.
O novo diretor da PF negou indicação política de seu nome para o cargo e disse que não tem relação com o ministro Eliseu Padilha (Casa Civil) e com o ex-presidente José Sarney, ambos do PMDB. Sobre o ministro do Tribunal de Contas da União, Augusto Nardes, o delegado afirmou que a relação se deu por causa de um convite para criação de um gabinete de segurança institucional na corte.
Sobre a gestão na PF, o delegado disse que pretende dar um “upgrade” na equipe que cuida dos inquéritos de políticos para que eles tenham a mesma velocidade das investigações conduzidas na primeira instância.
— Como há essa demanda reprimida dentro do STF (Supremo Tribunal Federal) e a necessidade que se tragam essas investigações na mesma velocidade das outras, talvez haja necessidade de reforço nessas investigações.
Hoje todas as operações são blindadas. A investigação policial é sigilosa, o que vai guardar qualquer blindagem é o sigilo. Temos que trabalhar em silêncio, discretamente, investigando seriamente, colhendo provas da maneira que o Código Penal e a Constituição demandam.
No momento certo, quando houver a maturidade da operação e houver necessidade, quem vai determinar a quebra do sigilo é o juiz. Então, foi até a pauta da conversa que tive com doutora Raquel Dodge (procuradora-geral da República) em que fomos uníssonos sobre o que vai nos blindar é o nosso trabalho, diz Segovia.