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Dicionário de travestis, beijo lésbico de avó caíram na prova do ENEM

Milhões de estudantes brasileiros participaram neste domingo (4) do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Como ocorreu em outros anos, perguntas com alto teor ideológico chamaram a atenção. Na prova de Linguagens, por exemplo, havia uma que abordava um dicionário criado somente para o vocabulário usado por travestis.

A questão pedia que os candidatos “decodificassem” o que era dito. “Nhai, amapô! Não faça a loka e pague meu acué, deixe de equê se não eu puxo teu picumã! Entendeu as palavras desta frase? Se sim, é porque você manja alguma coisa de pajubá, o ‘dialeto secreto’ dos gays e travestis”.

O país vive um outro momento, após a eleição de Jair Bolsonaro. Segundo o analista político conservador Alexandre Borges, “Se o Enem fosse um mês antes, Bolsonaro levava no primeiro turno”. As fotos e testemunhos compartilhados no Facebook dão conta que as fontes escolhidas pelos elaboradores da prova eram, na maioria, com viés político à esquerda. Isso inclui a revista Carta Capital e o site Pragmatismo Político.

Uma das questões que mais gerou revolta usava um trecho da crônica “Vó, a senhora é lésbica?”, que descreve uma adolescente homossexual constatando que sua avó compartilha da mesma opção sexual.

Outras questões de interpretação abordavam “temas de interesse social”, como racismo e violência contra a mulher.

O professor do COC, Everton Silva, revelou ao O Globo que uma das questões utilizou “o resumo de um trabalho acadêmico que falava sobre como o negro era visto pela indústria de produtos de beleza, que reforçava a beleza do negro como menor e, por isso, que era necessário usar esses produtos para alcançar um certo padrão”.

Segundo ele, trata-se de um texto que se posiciona em relação a uma questão social. Em uma das provas, foi abordado o feminismo, mais especificamente com um recorte em relação às mulheres negras. Outra questão tratou sobre o nazismo.

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