Deep web e Dark web: Como acessar? Entenda os perigos!
A internet possui milhões de bancos de dados, servidores e páginas que funcionam 24 horas, das quais acessamos diariamente. Mas, o que pouca gente sabe é que esses sites fazem parte de apenas uma camada da internet, chamada de surface web. Embaixo dela, há outras partes obscuras e pouco exploradas, conhecidas como deep web e dark web.
Vale ressaltar que é necessário ter uma boa conexāo com a internet, por isso, verifique a disponibilidade de uma conexão rápida em uma das principais operadoras do país, como Oi, Vivo, tim ou através do telefone claro
Em termos mais gerais, essas camadas são uma espécie de internet “paralela”, que abrigam sites e redes não indexados pelos mecanismos de busca convencionais, como o Google, o Mozilla Firefox e o Bing. Assim, só conseguem acessá-las os usuários que possuírem o endereço exato da página e as credenciais autorizadas.
Além disso, os dois termos estão associados às práticas ilegais e perigosas. Mas, será que é assim mesmo? Neste artigo, respondemos a esta dúvida e apresentamos as diferenças entre essas “partes fundas do iceberg”. Por fim, mostramos quais os riscos ela oferece aos usuários. Confira!
Deep web: abaixo da ponta do iceberg
Para entender os conceitos de deep web e dark web, é necessário mergulhar nas profundezas do oceano. Isso porque, a analogia usada para definir os dois termos é a de um iceberg: nela, a surface web, é apenas a área aparente, que fica acima do nível do mar. Ou seja, essa é a internet como conhecemos, com os domínios populares como o “.com”, “.br” e “.net”, por exemplo.
Abaixo dela, onde seria o corpo submerso do iceberg, está a deep web. Nesta camada, estão os endereços que não são indexados pelos motores de busca. Por isso, só podem ser acessados por meio de navegadores específicos.
Ao contrário do que muitos pensam, essa parte da internet não está, necessariamente, associada a ações clandestinas. Estão reunidos, sim, alguns serviços ilegais, mas nela também podem ser encontrados os bancos de dados sigilosos, redes de computadores de universidades, registros médicos, arquivos jurídicos, mensagens de redes sociais, redes de empresas e organizações públicas.
Isto é, informações que precisam de cuidado para mantê-las longe do alcance de hackers.
“Terra sem lei” que representa 96% da internet da superfície
De acordo com um relatório da BrightPlanet, a deep web seria mais de 500 vezes maior que a internet da superfície. Semelhante a essa pesquisa, algumas estimativas da CSO Daily mostram que o conteúdo dessa camada representa a maior parte da web, algo superior a 90%.
Dark web: base do iceberg
Nessa mesma analogia, a dark web seria a parte mais baixa do bloco de gelo, a sua base submersa, considerada a mais obscura da internet, que dá a fama de “perigosa” à deep web.
Isso porque, nessa camada, é onde ficam concentrados os conteúdos de origem ilegal, como sites associados a tráfico de drogas, exploração infantil, tráfico humano, entre outras coisas. Também é esse o espaço em que os hackers trocam informações sobre como criar novos vírus e formas de burlar sistemas de segurança, além dos fóruns de discussão de grupos radicais.
Assim com a deep web, o acesso à parte mais profunda da rede é feito apenas por pessoas autorizadas, com credenciais, e não acontece por meio de um navegador comum. Geralmente, utiliza-se a rede Tor e ferramentas criptográficas fortes.
Tamanho da dark web
Um artigo publicado em 2001 por Michael K. Bergman, associado da empresa especializada em extração de dados da deep web, BrightPlanet, revelou que a camada mais sombria da internet teria, aproximadamente, 7.500 Terabytes de informação. Hoje, no entanto, especialistas acreditam no aumento desse número, embora não hajam dados concretos.
Riscos por trás da deep web e da dark web
A fama de “lugar perigoso” dada a deep e a dark web, como mostramos, não foi atoa. Ambas camadas da internet oferecem riscos sobre os quais nem todos os usuários têm conhecimentos sobre eles.
Aplicações de golpes
Golpes e fraudes são atividades recorrentes nas duas partes obscuras da rede. Alguns criminosos aproveitam a reputação desses espaços para enganar os usuários a enviarem grandes quantidades de dinheiros. Uma prática semelhante ao que acontece na surface web, inclusive.
Também há bandidos que tentam aplicar golpes de phishing nas pessoas que acessam à essas camadas para roubar suas identidades ou informações financeiras para chantagem.
Alvos do governo
Quem visita um site da deep web ou da dark web, ainda que não seja para fins ilegais, também está sujeito a se tornar um alvo do governo.
Em 2013, quando a Silk Road, um mercado de drogas operante através da camada mais obscura da rede foi descoberta pela polícia, os investigadores utilizaram um software personalizado que permitiram identificar tanto aqueles que participaram do esquema quanto apenas os que acessaram à loja.
Assim, ainda que o usuário nunca tenha feito uma compra, ele pode ser vigiado e acabar se incriminando, posteriormente, por outras atividades, mesmo que não as tenha praticado.
Vazamento de dados
Com o aumento dos casos de vazamento de dados nos últimos anos, que representaram, no Brasil, um crescimento de 493% nos últimos anos, é sabido a importância de preservar dados sigilosos na internet. No entanto, para quem não conhece o ambiente, a deep e a dark web pode ser uma cilada sem volta, uma vez que essa prática acontece de forma regular lá.
Mesmos grandes empresas que mantém suas informações não indexadas não estão imunes aos ataques virtuais. E, quando se lembra das obrigatoriedades relacionadas ao tratamento e armazenamento de dados em função da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), a preocupação se torna ainda maior.
Softwares maliciosos
Outro risco ao qual os usuários das camadas obscuras da internet correm são as ameças de softwares maliciosos, cuja função é prejudicar um computador ou qualquer outro programa instalado nele, e roubar informações confidenciais, como números de cartão de crédito, senhas, contas bancárias e demais dados pessoais.
Assim, ao acessar os sites presentes na deep web e na dark web, as pessoas estão sujeitas aos malwares, como: Keyloggers, Malware de botnet, Ransomware e Malware de phishing, alguns dos mais perigosos da internet.
Como acessar as camadas mais obscuras da internet
A premissa básica de acesso aos conteúdos ocultos dos buscadores convencionais da internet é o conhecimento prévio dos endereços, uma vez que o site não é exibido no momento da busca.
No caso da deep e da dark web, o processo é mais complicado, pois as páginas desses ambientes utilizam, geralmente, um protocolo de rede diferente dos navegadores comuns. Dessa forma, é necessário instalar e configurar os navegadores, como o Tor, para acessá-las.
Mas, vale lembrar que, embora não hajam leis que proíbam diretamente a entrada nessas áreas, a orientação é evitá-las. Trata-se de um espaço sem qualquer tipo de proteção, por isso, a importância de não se expor a qualquer tipo de material nesse nível da web.