No Maracanã, o Cruzeiro fez um grande jogo contra o Flamengo, venceu por 2 a 0 e abriu uma excelente vantagem no duelo de oitavas de final da Libertadores 2018. O resultado foi espetacular e deixou a Raposa com “um pé” nas quartas. De lá para cá, disputou cinco jogos – quatro pelo Brasileirão e um pela Copa do Brasil. Venceu um (contra o Fluminense, nesse sábado, empatou dois e perdeu outros dois. Sofreu gol em todos. Considerando que um 0 a 0 basta nesta quarta-feira, no segundo jogo das oitavas, contra o Fla, trabalhar a questão defensiva até lá passa a ser indispensável.

É claro que trata-se de um jogo diferente. O clima e a motivação para um duelo decisivo de Libertadores são diferentes por natureza. Nesse “hiato” entre um confronto e o outro, o Cruzeiro no Brasileirão foi, em alguns momentos, disperso e pouco atuante nas partidas. Contra o Flu, no Mineirão – especialmente no segundo tempo -, recuperou o “espírito” necessário para buscar novos triunfos e, claro, a classificação nesta quarta.

– O espírito do segundo tempo (é o que o time leva para o jogo contra o Flamengo, pela Libertadores). O jogo de quarta-feira vai ser pegado, adrenalina lá em cima, exige concentração. Quarta-feira vamos estar atentos, ligados. É o jogo do ano – destacou Thiago Neves.

Um lance envolvendo o próprio Thiago Neves foi sintomático no que que diz respeito a raça e disposição do Cruzeiro – ingredientes indispensáveis na decisão de quarta. Aos 41 do segundo tempo, com a Raposa já vencendo o Fluminense por 2 a 1, Rafinha correu muito para disputar uma bola que sairia pela linha de fundo e, na sequência, TN30 deu um carrinho perfeito para recuperar a posse e manter o Cruzeiro no campo de ataque (veja o lance no vídeo acima). No mata-mata contra o Flamengo, a receita é exatamente essa: cada bola vale “título”. Cada bola vale a vaga nas quartas de final da Libertadores.

“Não podemos deixar que seja possível”
A vantagem do Cruzeiro sobre o Flamengo é, indiscutivelmente, muito grande. Uma vitória fora de casa, marcando dois gols, é um passo gigante rumo à classificação. É válido lembrar que na Libertadores há o gol fora de casa como critério de desempate. Mesmo assim, a Raposa não pode cair na armadilha de pensar que o resultado é definitivo. O alento é que o grupo é experiente e sabe lidar com isso. Mano Menezes é outro que sabe muito bem.

Na entrevista coletiva após o jogo contra o Fluminense, nesse sábado, Mano deu uma resposta muito interessante sobre o confronto da Libertadores. Disse que gosta que as pessoas falem que uma virada do Flamengo é possível, porque de fato é. E também porque facilita no trabalho mental com os jogadores.

– Eu costumo trabalhar com os jogadores de forma bem transparente essas questões. Eu gosto que as pessoas digam que é possível o Flamengo virar. Isso é bom para a gente. Eu estaria mais preocupado se todo mundo dissesse que não é possível, porque eu teria muito mais trabalho para colocar na cabeça dos meus jogadores que é possível. No futebol, é possível. Nós é que não podemos deixar que seja possível. Jogando futebol, nos impondo, marcando quando tiver que marcar, nos sacrificando pela equipe, nos entregando como nos entregamos lá na questão coletiva do jogo – disse.

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