Confirmando favoritismo, Putin foi eleito pela a 4ª vez a presidência da Rússia
Vladimir Putin governará a Rússia pelos próximos seis anos, após confirmar sua já esperada vitória na eleição presidencial deste domingo. Com 50% dos votos já contabilizados, ele foi escolhido por 75% dos eleitores, informou a Comissão Eleitoral Central do país. O principal líder da oposição, Alexei Navalny, foi impedido de disputar. Em um dicurso na capital Moscou após os primeiros resultados serem divulgados, Putin disse que os eleitores haviam “reconhecido as conquistas dos últimos anos”.
Uma vitória com tal margem assim havia sido prevista por muitos e pode representar um aumento em relação aos 64% dos votos que ele recebeu em 2012. Uma pesquisa estatal de boca de urna aponta para uma participação de 63,7%, menos do que em 2012. A campanha de Putin esperava por um índice mais alto para dar a ele a maior força possível para o próximo mandato.
Sua equipe disse que o resultado é uma “vitória incrível”. “A porcentagem fala por si só. É o mandato que Putin precisa para tomar decisões no futuro, e ele tem muitas a fazer”, disse um porta-voz à agência russa Interfax. Pesquisas de boca de urna apontam que o oponente de Putin que chegará mais próximo dele será Pavel Grudinin, com uma projeção de obter 11,2% dos votos. Grudinin é um milionário comunista, mas também estavam na disputa a ex-apresentadora de reality show Ksenia Sobchak, e o nacionalista Vladimir Zhirinovsky. O opositor Navalny foi excluído da eleição porque foi condenado por fraude. Ele diz que o caso foi fabricado pelo Kremlin.
Em alguns locais, havia oferta de comida grátis e descontos em lojas próximas aos pontos de votação. Vídeos mostram uma série de irregularidades cometidas em um várias cidades. Em algumas imagens, agentes eleitorais aparecem enchendo caixas com cédulas.
O grupo independente de monitoramento da eleição Golos denunciou irregularidades, como cédulas encontradas em urnas antes da votação começar, observadores sendo impedidos de entrar em locais de votação, suspeitas de pessoas obrigando eleitores a votarem e a obstrução de câmeras posicionadas em pontos de votação para registrar o processo eleitoral. No Daguestão, um agente eleitoral disse ter sido impedido de fazer seu trabalho por uma multidão que impedia seu acesso a uma urna. Mas Ella Pamfilova, diretora da Comissão Eleitoral Central, afirmou que nenhuma violação foi registrada até o momento.
“Analisamos e monitoramos tudo que pudemos, tudo que chegou a nós. Graças a Deus, foi pouca coisa até agora”, disse em uma reunião da comissão convocada para tratar de possíveis violações. Ela disse mais cedo que qualquer pessoa envolvida em atos irregulares seria pega.
Esta votação foi a primeira na Crimeia após a Rússia assumir o controle da região, que antes fazia parte da Ucrânia. Estava previsto que Putin faria um discurso em evento marcado para celebrar o quarto aniversário da anexação, que cai no mesmo dia da eleição. Esse ato pela Rússia foi alvo de uma grande contestação por parte de Kiev e aumentou as tensões entre o governo Putin e o Ocidente. Russos vivendo na Ucrânia não puderam participar da votação porque o governo ucraniano impediu o acesso de missões diplomáticas da Rússia.
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