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Bolsonaro promete asilo a Médicos cubanos que queira ficar no Brasil

Em poucos dias mais de 150 médicos cubanos entraram com ações que pedem asilo político no Brasil. Além de poder estar aqui, os cubanos também pediram para poder clinicar de maneira independente em solo brasileiro. Após declarações de Bolsonaro, sobre pagar os médicos integralmente ao invés de enviar 75% para a cúpula da ditadura e sobre cobrar exame de Revalida para que os médicos pudessem atuar no país, como é comum em vários lugares do mundo, o governo cubano decidiu deixar o programa, e os profissionais estão sendo convocados para retornar para Cuba.

As ações movidas pelos cubanos processam o Ministério da Saúde, o governo cubano e a Organização Panamericana de Saúde (OPAS), e segundo o advogado André de Santana Corrêa, que defende os cubanos, “Desde quarta-feira, 14, recebi muitas ligações de interessados em entrar com processo para ficar no Brasil”, ou seja, mais cubanos deverão tentar permanecer no Brasil.

O advogado ainda questionou “Por que eles recebem um salário menor que os outros estrangeiros se fazem exatamente o mesmo trabalho que os outros médicos?” e afirmou que esse é o principal argumento utilizado pelos que aqui desejam permanecer.

611 cidades podem ficar sem nenhum médico

Dos 3.228 municípios atendidos apenas pelo Programa Mais Médicos , 611 correm risco de ficar sem nenhum profissional na rede pública a partir do Natal, após a decisão do governo de Cuba de não participar mais do programa. Segundo Mauro Junqueira, presidente do Conselho Nacional de Secretarias municipais de Saúde (Conasems), esse é o número de municípios que só possuem médicos cubanos.

Representantes do Conasems vão se reunir nesta segunda-feira com o Ministério da Saúde, que anunciou a abertura, na semana que vem, de edital para que médicos formados no Brasil ocupem as vagas que serão deixadas por cubanos. Numa segunda etapa, serão convocados brasileiros formados no exterior. O objetivo é que as vagas sejam repostas ainda em novembro.

— Nossa intenção é que, à medida em que forem surgindo as vagas, os médicos brasileiros, com CRM daqui, já possam fazer opção. Nós acreditamos que existe um universo de cerca de 15 a 20 mil médicos que estão aptos a participarem do edital — disse o ministro da Saúde, Gilberto Occhi.

O ministro da Saúde, Gilberto Occhi, disse nesta sexta-feira que vai sugerir à equipe de transição, na próxima semana, substituir as vagas abertas com a partida dos cubanos, no programa Mais Médicos, por profissionais formados com recursos do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies). Segundo ele, o tema foi analisado por técnicos e deve ser agora debatido em nível político.

“Uma das propostas que nós vamos apresentar é essa, como outras propostas que estamos trabalhando não só na questão do Programa Mais Médicos, mas também de outras questões do Ministério da Saúde”, disse Occhi ao participar da cerimônia de inauguração das instalações do Centro Especializado em Reabilitação (CER IV), em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense.

Médicos oriundos do Fies substituam cubanos

O ministro não detalhou a proposta que será apresentada à equipe do presidente eleito Jair Bolsonaro. O Fies é um fundo de financiamento para estudantes de baixa renda. Um período depois de formados, os estudantes passam a pagar as mensalidades que foram financiadas. Os valores variam de acordo com a negociação prévia feita no momento da matrícula.

Exigências
O ministro disse que até a próxima terça-feira, 20, será lançado o edital para a contratação de médicos nas vagas que surgirem com o desligamento de profissionais cubanos. Eles devem ser substituídos por médicos brasileiros que tenham o número de inscrição no Conselho Regional de Medicina (CRM), obtido no Brasil e que possam fazer a opção de trabalhar no Programa Mais Médicos. “Em um segundo momento, depois de um determinado período, vamos abrir para os médicos brasileiros formados no exterior. Acreditamos que existe um universo de cerca de 15.000 a 20.000 médicos aptos a participar do edital e a nossa ideia é fazer isso imediatamente ainda agora em novembro nós já temos médicos que tenham condições já escolhendo seus lugares para trabalhar.”

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