Praia Clube atropela o Sesc/Rio e ganha título inédito da Superliga feminina
A decisão da Superliga feminina 2017/2-018 não poderia ser mais emocionante. O campeão foi decidido seguindo o enredo que previa a novidade da final em dois jogos e, em caso de empate, ir ao superset: um set de 25 pontos de desempate. No primeiro jogo, o Sesc/Rio de Janeiro, do técnico Bernardinho, venceu por 3 sets a 1, na capital carioca. Em Uberlândia, o Praia Clube deu o troco ao ganhar a segunda partida por 3 sets a 0 (25/19, 25/23 e 25/17), neste domingo (22/4). No superset, melhor para o time mineiro, que venceu por 25 x 18 e conquistou o título inédito, diante de um ginásio lotado, quebrando a hegemonia de cinco anos do Rio.
O segundo e último jogo da final marcou o encontro de dois times em momentos opostos. De um lado, o Rio de Janeiro, um gigante do vôlei feminino com a experiência de 16 finais, vencendo 12 delas. Do outro, o Praia Clube, que vem se firmando como potência nacional a base de um elenco recheado de estrelas em busca do título inédito. Pesou a força da torcida da casa e a vontade de as mineiras de Uberlândia gritarem que são campeãs, pela primeira vez, na elite do vôlei nacional.
A experiência carioca se deve em grande parte a Bernardinho, dono de seis medalhas olímpicas no currículo como técnico, e sua comissão técnica. Dentro de quadra, o elenco conta com a líbero Fabizinha, bicampeã olímpica que atua no Rio de Janeiro desde 2005 e se despediu do vôlei nesta temporada, aos 38 anos, após disputar a 13ª final dela em Superliga com a equipe carioca.
Não faltam títulos ao elenco mineiro, é verdade. A central Fabiana Claudino, por exemplo, também é bicampeã olímpica, mas ganhou a Superliga apenas uma vez, com o Minas em 2001/2002. Fê Garay, outra campeã olímpica do time mineiro, foi a melhor atacante e a melhor jogadora (MVP, na sigla em inglês) da edição 2012/2013, porém nunca sagrou-se campeã da Superliga — naquele ano, com o Osasco, perdeu justamente para o Rio. Depois disso, a ponteira atuou quatro anos fora do Brasil até voltar, nesta temporada, no Praia Clube.
Paulo Coco, comandante do time de Uberlândia e auxiliar técnico de Zé Roberto Guimarães na Seleção Brasileira, também nunca ganhou uma Superliga como técnico principal. Para completar, Amanda jogou dez temporadas com o Rio de Janeiro, em que venceu oito delas. No time comandado por Bernardinho, porém, assumia função de coadjuvante. Como reserva, ela entrava geralmente para sacar. Por isso, a ponteira deixou o time carioca para atuar no Brasília Vôlei em 2016/2017, ganhou destaque nacional e, nesta domingo, enfrentou a ex-equipe como titular do superelenco do Praia Clube.
Superioridade do Praia Clube do início ao fim
Em casa, o Praia Clube começou abrindo o placar. O primeiro set foi muito disputado, mas nem as atuações de destaque da experiente líbero Fabizinha foram suficientes para conter o embalo das donas da casa, que contam com atacantes importantes, além de estarem engasgadas com a derrota na primeira decisão, no Rio de Janeiro, no domingo passado.
O segundo set continuou muito disputado, desta vez, com o Rio de Janeiro começando melhor. A equipe carioca tinha 21 x 19, quando o time mineiro embalou uma reação ao virar a partida. O técnico Bernardinho fez tudo o que pôde. Ganhou o ponto ao pedir o desafio que rendeu o empate em 23 x 23. Logo depois, pediu tempo e, ao contrário das tradicionais broncas, acalmou suas comandadas. Mas não deu. O Praia Clube ampliou a vantagem no jogo, ao fechar em 25 x 23.
Empurrado pela torcida, o Praia Clube foi fulminante e não deu chances para o Rio de Janeiro no terceiro set. Abriu vantagem desde o começo da parcial, fechou com tranquilidade em 25 x 17, levando a decisão para o set de desempate. Chamado de superset, a decisão era nervosismo puro. Apenas um set definiria o campeão. A equipe carioca retomou o foco e voltou a impor um ritmo que tornou a partida disputada ponto a ponto. Os times se revezaram na frente do placar até as donas da casa dispararem no placar e gritar o grito de campeão após fechar em 25 x 18.