O vice-presidente de Maduro tem US$ 500 mil bloqueado pelos EUA
Na quarta-feira, os EUA anunciaram sanções a 13 indivíduos ligados ao governo de Maduro. Entre eles, estão os responsáveis pela organização da eleição da Assembleia Constituinte, marcada para amanhã. Os EUA e 12 países da região condenaram a consulta e afirmaram que ela levará à concentração de poderes nas mãos de Maduro.
Nesta sexta-feira, o vice-presidente americano, Mike Pence, conversou por telefone com o líder opositor Leopoldo López, que está em prisão domiciliar. Segundo relato divulgado pela Casa Branca, Pence afirmou que os EUA imporão sanções econômicas caso o governo Maduro mantenha a votação de amanhã. Até agora, Washington adotou sanções contra indivíduos, as primeiras das quais em 2015, ainda no governo de Barack Obama. Em maio, foram anunciadas medidas contra o presidente do Tribunal Supremo de Justiça (TSJ), Maikel Moreno, e sete integrantes da câmara constitucional da corte envolvidos na decisão que usurpou poderes da Assembleia Nacional.
Na quarta-feira, autoridades americanas alertaram que as 545 pessoas que serão eleitas para a Constituinte também estarão sujeitas a sanções caso assumam os cargos. A penalidade é o congelamento de bens que tenham nos EUA, a proibição de entrar em território americano e o veto a qualquer transação com residentes no país. Em consulta promovida pela oposição, há duas semanas, 7,6 milhões de venezuelanos se manifestaram contra a convocação da Constituinte. A expectativa é que ela seja totalmente controlada pelo governo.
O congelamento dos ativos de El Aissami são resultado de uma investigação de anos sobre tráfico de drogas e não fazem parte das sanções adotadas pelos EUA em razão da situação política da Venezuela. Ainda assim, a medida aumenta a pressão sobre Maduro e foi mencionada durante o anúncio das novas sanções, na quarta-feira.
El Aissami assumiu o cargo de vice-presidente em janeiro. Antes, ele havia sido governador do Estado de Aragua e comandou o Ministério do Interior e Justiça no governo de Hugo Chávez. Seu nome está na lista de procurados da Interpol. Segundo os EUA, El Aissami facilitou o transporte de drogas a partir de bases aéreas e portos da Venezuela e supervisionou múltiplos carregamentos de mais de uma tonelada de narcóticos, alguns dos quais destinados aos EUA.